Vitória da democracia

Encerradas as apurações das eleições para prefeito nas 31 cidades onde houve segundo turno, uma constatação evidente: independente de qual foi o candidato eleito, no país inteiro verificou-se a vitória inequívoca da democracia. Foram quase 110 milhões de eleitores cadastrados votando para prefeitos e vereadores em 5.559 municípios. Desses, 26 milhões participaram de nova votação no segundo turno. São números espantosos que mostram a magnitude do feito, principalmente quando, com as urnas eletrônicas (322.500 instaladas no primeiro turno), temos as apurações concluídas poucas horas após o encerramento da votação e os resultados do segundo turno divulgados antes do dia terminar. Inclusive, com o avanço da tecnologia, sem questionamentos quanto à lisura das apurações.

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Exercício da democracia

Conjuntura & Tendências já tratou do assunto no seu número 190, quando expôs o entendimento de que o Brasil é um país "condenado à democracia." É importante, todavia, voltar ao tema nesta semana quando, em muitas cidades do país, estão se encerrando as campanhas para o segundo turno da eleição para prefeito.

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Um presidente fragilizado

Num país de tradição patriarcal como o Brasil, a figura do presidente da República tem uma importância por certo muito maior do que em outras nações com tradição democrática mais consolidada. O regime presidencialista (onde o presidente acumula as responsabilidades de chefe de estado e chefe de governo) reforça ainda mais esse aspecto. Uma pequena provocação: quem sabe o nome do presidente da Itália? Ou da Alemanha? Ou de Israel? Não é por acaso que quando comparamos uma fotografia dos presidentes brasileiros no início com outra no final do mandato vemos como foi severa a ação do tempo: fisionomia abatida, cabelos muito mais brancos, rugas bem mais profundas... Não deve ser fácil acumular tanta responsabilidade (e tantas expectativas), por mais preparado ou estimulado que esteja o ocupante do exigente cargo. Com um agravante: presidente no Brasil não consegue tirar férias, no máximo imprensa uns feriados numa praia cheia de fotógrafos...

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Excesso de pessimismo?

A respeito do Conjuntura & Tendências 236, intitulado "Crise de Credibilidade", alguns leitores manifestaram a opinião de que estava excessivamente pessimista quanto às perspectivas do segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso. Diante dessas avaliações vale a pena alguns comentários.

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Crise de credibilidade

Com a popularidade em queda livre, o presidente Fernando Henrique Cardoso atinge os mais altos índices de rejeição de seu governo, equiparando-se àqueles atingidos por José Sarney e Fernando Collor quando deixaram o Palácio do Planalto. (E, o que é mais grave, FHC está apenas no início do seu novo mandato). Com baixa popularidade, todo governo entra no inferno astral e fica desacreditado.

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E o governo não decola

Depois que a situação da economia parecia melhorar, afastando os temores mais apocalípticos produzidos nos últimos meses, depois que a CPI dos Bancos parecia rumar por um caminho menos espalhafatoso e mais conseqüente, o presidente aparece envolvido em telefonemas comprometedores e mais uma crise se superpõe à outra, paralisando tudo.

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Um governo em crise permanente

Já no meio do seu quinto mês de mandato, o segundo governo FHC ainda não disse a que veio e mergulha em mais uma crise. Primeiro, a declaração de moratória do governador Itamar Franco, jogando gasolina na foqueira da desconfiança, depois a desvalorização atabalhoada da moeda e os mais negros cenários para a economia em 99. Quando começa a retomar a iniciativa política, a colher os frutos da renegociação do acordo com o FMI e da melhoria dos cenários econômicos, com a não confirmação das previsões catastróficas, desaba-lhe sobre a cabeça a CPI dos Bancos.

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Resista aos aumentos!

Depois de um longo período acuado (infelizmente, pelo menos por enquanto, em se tratando de economia, pouco mais de um mês voltou a ser "um longo período"), o governo federal retomou a iniciativa da cena política. Dois fatos ocorridos na sexta-feira 26.02.98 evidenciam isso: a reunião do presidente com os governadores e a aprovação da nova diretoria do Banco Central pelo Senado.

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O cenário Antônio Carlos

Cenários podem ser entendidos como projeções de futuros possíveis. Não têm a "obrigação" de acontecer e, se adequadamente esboçados, devem funcionar, do ponto de vista das empresas, por exemplo, como insumos para a formulação de alternativas sobre os rumos a serem tomados, caso as tendências projetadas se confirmem. Rigorosamente, pode-se dizer como Arie De Geus (ver C&T 188) "Não é possível saber, e não importa, qual será o futuro. A única pergunta relevante é: o que faremos se tal coisa acontecer?".

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