A propaganda que é feita das vantagens das economias emergentes na Ásia (os chamados Tigres), enfatiza a dedicação total ao trabalho. Há casos citados de países onde são apenas 7 os dias de férias por ano.
No Brasil, só durante o carnaval, lá se vão quase 7 dias sem trabalho. Sem falar na semana santa, nos feriados, na copa do mundo…
É possível pensar em desenvolvimento econômico, em produtividade, etc, nessas condições? É possível combinar prazer e produção?
Alguns números relativos ao carnaval de Pernambuco, divulgados pela imprensa, são expressivos:
O Ministro da Cultura, Francisco Weffort, que visitou Pernambuco no período, afirma que junto com o Rio de Janeiro e Salvador, Recife-Olinda fazem parte do eixo cultural-carnavalesco mais denso do país.
O que se viu, mais uma vez, nas ruas, foi uma explosão extraordinária de criatividade e irreverência. Não é possível que isso só possa se manifestar durante o carnaval.
Pelo menos em Pernambuco o desenvolvimento econômico não só se fará, apesar do carnaval, mas com a sua ajuda pelo que tem de lúdico e motivador de criatividade.
O nosso desenvolvimento (do país e do Estado) tem que se dar considerando que não somos e nunca seremos asiáticos e que, ao contrário deles, temos que fazer de nossa singularidade cultural vantagem competitiva nos negócios.
O BRASIL QUE DÁ CERTO
Nesta segunda-feira 06.03.95, no Mar Hotel, numa promoção do JORNAL DO COMMERCIO e patrocínio do BANDEPE, com o apoio do MEPPE e da TGI, o consultor da Revista Exame, STEPHEN KANITZ, estará fazendo palestra sobre ” O Brasil que dá certo.” Depois haverá noite de autógrafos com coquetel.