A hora da nominalização

    O Plano Real chega a um ano de vida como o mais bem sucedido da série de 6 planos de estabilização iniciada com o Plano Cruzado em 1986.
    Foi muito bem sucedido na redução da inflação e no crescimento da economia. Está sendo mal sucedido no balanço de pagamentos.
    Pode não parecer, à primeira vista, mas é mais fácil baixar a inflação de 50% para 2% ao mês do que de 2% para próximo de 0%, como é necessário para a estabilização e o crescimento sustentado.
    Fazer isto demandará, na expressão do ministro José Serra, “uma luta prolongada que requer não apenas um ano de trabalho, mas vários.”Há, ainda, muito o que fazer.
    O segundo ano desta série inicia-se com mais um passo que o ministro Malan chamou de nominalização da economia. Ou seja, esquecer os índices e substituí-los pelos valores nominais (em real ). A nova Medida Provisória trabalha neste sentido: apagar a memória inflacionária.
    Para as empresas, isto significa deixar de lado os índices de reajuste (automáticos e genéricos) e trabalhar tendo os custos reais como parâmetros essenciais de suas decisões e negociações.
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    O segundo ano do Real inaugura um tempo muitíssimo mais exigente para as empresas. Um tempo para quem conseguir ter custos compatíveis com uma nova realidade de mercado que, ao contrário do que se possa pensar, não é conjuntural e sim tendencial.

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