Não há possibilidade de vida, produção ou atividade profissional sem conflito!
Conflito entre os interesses dos indivíduos e grupos e a estratégia da empresa. Entre a produção e a comercialização. Entre modos diferentes de fazer a mesma tarefa. Entre componentes técnicos e políticos de uma decisão. Entre os desejos e a realidade… enfim, uma infinidade de possibilidades.
O conflito é inerente à condição humana e influencia a vida organizacional e a dinâmica das equipes, interferindo nas relações e na produtividade.
Qualquer que seja o nível e a complexidade do conflito, é do gerente a responsabilidade principal pelo seu enfrentamento e resolução.
Negar, não enfrentar os conflitos ou não falar sobre eles, pode dar a impressão de resolução. Entretanto, as diferenças não tratadas aparecem depois, no discurso explícito ou, o que é mais freqüente, de modo indireto, sob a forma de boicote. E, aí, coisas aparentemente absurdas ou inexplicáveis começam a acontecer: os prazos não são cumpridos, as pessoas entendem diferente o que deve ser feito, cometem falhas em coisas que já dominavam, adoecem, se atrasam, os equipamentos quebram… as coisas não andam e a competitividade fica comprometida.
Hoje em dia, com o aumento acelerado da competição empresarial não dá mais para ficar perdendo muito tempo, remoendo ressentimentos em silêncio e reforçando emperramentos improdutivos. O concorrente vai terminar sendo mais rápido…
Enfrentar os conflitos e percebê-los como momentos de dificuldade que antecedem as transformações qualitativas é utilizá-los como elementos potencializadores do desenvolvimento.
Para enfrentar os conflitos, os gerentes podem usar diversos instrumentos, conforme o próprio estilo e criatividade mas é de extrema importância procurar falar sobre eles para começar a tratá-los.
Superar a prática de “não falar para não piorar” é ultrapassar a falsa suposição de que falar faz aumentar o conflito.
A prática tem demonstrado que falar sobre as dificuldades pode aumentar momentaneamente o desconforto mas, de forma nenhuma, aumenta o conflito. Pelo contrário, é a única forma de começar a solucioná-lo.
Falar para resolver, falar para construir novos acordos, inclusive porque a palavra em si já tem poder de construção e resolução.
Há uma diferença produtiva importante entre, por exemplo, curtir uma dificuldade em silêncio e aproveitar a oportunidade como inspiração para compor um samba. Os artistas sabem disso…
Na vida empresarial como na arte, problema é também oportunidade de produzir o novo.