As nossas empresas são, em sua maioria, jovens. Poucas são anteriores à metade do século. Isto significa que muitas ainda estão sob o impacto da saga empreendedora de sua constituição.
Todos os que participam da fundação e consolidação de um negócio sabem o que significa o esforço heróico de criar “do nada” uma empresa. Sabem o que custa de tensão, trabalho ininterrupto e energia criadora. Sabem o que consome de “ração diária de nervos que jamais voltarão a ser tranquilos”, na expressão do poeta pernambucano Paulo Gustavo de Oliveira.
Entretanto, é inevitável, sobretudo nos tempos atuais de grandes mudanças e exacerbada competição empresarial, que todo esse indispensável esforço empreendedor não seja suficiente para garantir a perpetuação da empresa. Conseguir isso requer dos fundadores, empreendedores ou seus sucessores imediatos, mais do que empreender um negócio. Requer, sobretudo:
É claro que isto, embora essencial, não é fácil de ser feito. Não são poucas as empresas que, por não conseguirem realizar essa passagem fundamental, de empreendimento personalizado para construção coletiva duradoura, enfrentam problemas sérios, trocam de mãos, arrastam-se decadentes por anos antes de se acabarem ou, simplesmente, desaparecem em curto espaço de tempo.
A responsabilidade dos empreendedores é, portanto, muito grande, principalmente por que, não raro, exige um esforço pessoal expressivo na passagem para o estágio de “top manager” que são, na expressão de Adson Carvalho (Presidente da IT – Cia Internacional de Tecnologia), aqueles “homens que fazem a perenidade de uma companhia.”
Para montar a empresa, a história ensinou a receita. Para manter, entretanto, é preciso ir mais além. Mais do que a habitual obstinação, é necessário acrescentar, à receita conhecida, a paciência histórica essencial à construção de um sistema de gestão cuja matéria-prima não são coisas materiais e, sim, gente competente, trabalhando em equipe.