Depois da morte súbita do deputado Luís Eduardo Magalhães, os consultórios médicos e laboratórios de análise testemunharam aumentos significativos de demanda por check up e exames preventivos.
De fato, é motivo de justa preocupação o que pode acontecer com o nosso coração, diante de um exemplo tão chocante. Afinal, o coração é um dos poucos órgãos que ainda não têm back up; parou, é o fim.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares matam, no mundo, 6 milhões de pessoas por ano. Só no Brasil, são 300 mil mortos, o que dá a impressionante marca de um morto a cada 2 minutos. De acordo com a revista Veja (29.04.98), a freqüência de ataques do coração entre brasileiros com menos de 55 anos é 40% maior do que a média no resto do mundo.
No meio dos executivos, e gerentes de um modo geral, é provável que a incidência seja até maior que a média. Afinal, é uma classe que acumula perigosamente os fatores de risco (fumo, obesidade, má alimentação, sedentarismo, hipertensão, fortes emoções, stress).
Toda a literatura empresarial sobre o assunto, sobretudo a mais recente, pós Luís Eduardo, tem enfatizado algumas medidas preventivas comuns:
1. Não Fumar (O fumo provoca estreitamento das artérias e aumenta a viscosidade do sangue, aumentando as possibilidades de entupimento).
2. Evitar Comer Gorduras (A ingestão de gorduras aumenta o nível de colesterol no sangue e os depósitos nas paredes dos vasos, diminuindo o seu diâmetro).
3. Fazer Exames Médicos Periódicos (O controle periódico da pressão arterial, do peso, das dosagens bioquímicas e do estado geral são vitais para a prevenção de surpresas. Depois dos 35 anos, sugere-se que sejam feitas duas visitas ao médico, por ano, mesmo que não se esteja sentindo nada. A ausência de sintomas não quer dizer ausência de problemas e quanto antes se perceber, melhor).
4. Praticar Exercícios Regularmente (O principal benefício físico do exercício é o estímulo da circulação colateral, favorecendo o surgimento de caminhos alternativos para o sangue. Outro benefício importante, é “desanuviar” a cabeça. É recomendável que o exercício seja clinicamente orientado por um médico).
5. Evitar o Stress (Na atividade de condução de negócios talvez seja a prescrição mais difícil, inclusive porque também depende de outros. No entanto, pode-se cuidar de não ver o stress só como volume de trabalho e horas trabalhadas, considerando também a qualidade das relações no trabalho e com o próprio trabalho). (Sobre o assunto, consultar o Conjuntura &Tendências nº 102 e o próximo, nº 171)
As estatísticas apontam que o controle dos fatores de riscos e os exames periódicos reduzem em mais da metade o perigo de infarto.
Para conduzir as empresas no nosso exigente ambiente de negócios, o executivo tem que contar com todas as armas ao seu alcance. A primeira delas, sem a qual as outras não podem ser usadas, é a boa saúde física e mental. E à frente da boa saúde, pela sua importância vital, está o bom funcionamento do coração.
Um bom coração, para uma boa gestão.