Planejando um ano difícil

“O ano de 1999 vai ser um ano difícil. Mas podemos emergir mais adiante, em 2000 ou 2001, com uma economia mais fortalecida e crescimento mais sólido do que hoje.”

Pedro Malan, Ministro da Fazenda, em Washington, após a divulgação do comunicado conjunto do FMI e do Governo Brasileiro no encerramento da reunião anual do FMI e do BIRD, Jornal do Brasil, 09.10.98

O ministro Malan sintetiza bem o problema e a oportunidade que se colocam, tanto para a economia do país quanto para a realidade das empresas, no horizonte dos próximos três anos.
Vulnerabilizado pela quebra da Rússia e pelo conseqüente estancamento do fluxo internacional de capitais, indispensáveis ao financiamento dos déficits interno e externo, aliado à sangria das reservas cambiais, o programa de estabilização da economia brasileira, para não desmoronar, depende de um acordo com o FMI que, por sua vez, depende de um severo ajuste fiscal.
O pacote de ajuda que está sendo amarrado com o FMI é da ordem de US$ 30 bilhões. O ajuste fiscal que está sendo planejado pretende cortar pela metade (com redução de despesas e aumento de receitas) o déficit público, hoje, na casa dos 7% do PIB. Com um esforço desta magnitude, só por milagre escaparemos de uma recessão em 99. A questão, hoje, não é se vai haver ou não desaceleração, é qual será o tamanho dela. O que se pode ver de positivo nisto é que, se as coisas correrem bem, depois da cirurgia o país estará em condições mais saudáveis para a retomada sustentada do crescimento econômico.
Guardadas as devidas proporções, a mesma receita pode ser recomendada às empresas: fazer os ajustes necessários para sobreviver a um período de restrições pesadas. Com uma peculiaridade: o impacto da crise não é o mesmo para todo mundo. Enquanto algumas são mais fortemente atingidas, outras conseguem se defender e, até, crescer em tempos de dificuldades.
Qual é o segredo de quem se dá bem, mesmo diante de condições ambientais adversas? Em uma expressão: senso estratégico. Melhor dizendo: capacidade de aproveitar as oportunidades externas e potencializar as forças internas, ao mesmo tempo em que são construidas defesas eficazes contra as ameaças externas e são neutralizadas ou revertidas as fraquezas internas. Ou seja: competência para pensar e agir estrategicamente.
Um instrumento muito importante para o exercício desta competência, hoje em dia essencial, é o planejamento estratégico. Depois de ter ficado um pouco ofuscado nos últimos tempos pelas febres da qualidade total e da reengenharia, o planejamento estratégico volta a ocupar seu merecido lugar de ferramenta vital para a gestão empresarial conseqüente. Quando bem aplicado, é um excelente mecanismo de mobilização do pessoal e de formulação das sínteses essenciais ao adequado posicionamento da empresa no mercado (produtos, clientes, parcerias, concorrentes).
Junto com o esforço de vendas e de ajuste nas finanças, as empresas devem, no final deste ano e início do próximo, reservar um tempo para o exercício de um planejamento conseqüente. As circunstâncias estão a exigir.

WORKSHOP SOBRE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Sintonizado com esta necessidade empresarial premente, o INTG-Instituto de Tecnologia em Gestão estará promovendo, em duas únicas oportunidades este ano, o workshop “Planejamento Estratégico: Uma Ferramenta Vital para Gestão em Tempos Turbulentos”. Dia 14.11.98 em Caruaru (numa parceria com a E&R-Estratégia e Resultados) e no dia 11.12.98 em Recife. Informações: Caruaru (722.6283, E&R, Maria de Jesus) e Recife (427.4513, INTG).

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