O dia a dia de trabalho é muito exigente, sobretudo para aqueles que têm responsabilidade gerencial. Requer paciência, perseverança, obstinação. E tudo isso consome, como precisamente registrado na poesia do escritor recifense Paulo Gustavo, uma “ração diária de nervos / que jamais voltarão a ser tranqüilos”.
Ainda que tentemos nos precaver, não conseguimos escapar desse destino, por mais zen que tenhamos aprendido a ser. Em contrapartida, temos a compensação dos resultados conseguidos com o trabalho, a força que podemos extrair de coisas simples e a certeza de que a energia para continuar vem do nosso próprio “gerador” interno.
A vida é dura: pedra, ferro, lâmina Ração diária de nervos Que jamais voltarão a ser tranqüilos. Mas há os filhos E seus sorrisos e suas graças E o gesto que a máquina fotográfica Limpa de qualquer impureza. E há o beijo da mulher amada E sua mão tão sábia Abotoando o botão que falta. E há os domingos Pintados de azul pelos amigos E há qualquer coisa de repente Que não deixa o teto cair Nem a fita se confundir |
Na memória gasta Pelos motores do mundo. De súbito se descobre Esta coisa simples e única: Que lá no fundo de nossas almas Sempre existe um resto de música. |
(Poema de Paulo Gustavo, no livro “A Redenção do Acaso”, edição do autor, Recife, 1984).
Para os nordestinos, nessa época de São João, são muitos os “restos de música” reais que ajudam a ativar o gerador interno da energia que nos faz ir em frente. Por isso, vale a pena deixar que a simplicidade e até a ingenuidade da música (mesmo quando se pretende “maliciosa” ela não deixa de ser ingênua) e dos festejos da época contribuam, recarregando as baterias para as próximas jornadas e compensando as “rações diárias” futuras.
Leia no caderno Oportunidades, todo domingo no Jornal do Commercio, a coluna Desafio 21. O que há de mais atual sobre Gestão & Competitividade está lá. Uma produção conjunta da Rede Gestão e da JCR & Calado, com criação gráfica da Aporte. As colunas já publicadas podem ser encontradas no site www.redegestao.com.br.
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