Um aspecto surpreendente da pesquisa realizada pela TGI junto a 270 empresários e executivos participantes do lançamento da sua Agenda 2002 (ver resultados no site www.tgi.com.br) foi o fato de a educação ter sido apontada como principal prioridade a ser adotada pelo próximo presidente da República.
Essa informação foi salientada no número anterior (ver Gestão Hoje 356) com destaque para a frase de Claudio de Moura Castro destacando que “o fenômeno mais espantoso do milagre econômico brasileiro nos anos 70 foi o crescimento sem educação”. A esse respeito, é importante citar, complementarmente, a frase abaixo:
“Se há avanço tecnológico sem avanço educacional, temos automaticamente o avanço da exclusão e da miséria.”
Michael Harrington, 1928-1989, sociólogo dos EUA
O entendimento predominante entre os especialistas em desenvolvimento é justamente o de que a educação deve ser prioridade absoluta. Tão importante que justifica até a dramaticidade das colocações.
“O Brasil é subdesenvolvido porque é sub-educado.”
“Se eu tivesse apenas um real para gastar e devesse escolher para onde destiná-lo, se à saúde ou à educação, investiria na educação.”
Hélio Jaguaribe, sociólogo brasileiro
“Se o governo pudesse parar de fazer tudo e se dedicar a apenas um objetivo, esse devia ser a educação.”
James Collins, autor do livro “Feitas para Durar”
Se olhamos para o futuro do país, percebemos com muita clareza que o baixo nível educacional verificado no Brasil é uma vulnerabilidade séria e um dos graves entraves ao desenvolvimento.
“O Brasil precisa aprender a encarar suas fraquezas. Elas se resumem a cinco: baixa competitividade da mão-de-obra, juros elevadíssimos, sistema jurídico arcaico, falta de infra-estrutura (como rodovias e hospitais em péssimas condições) e baixo nível educacional.”
Lester Thurow, professor do MIT, EUA
Por isso, a educação deve fazer parte de qualquer programa sério de governo, para além das ideologias e dentro de um conceito de estado moderno e dinâmico.
“Investimento estratégico do Estado moderno não é telefone, não é petróleo, não é asfalto, não é energia, não é ferrovia. Soberania nacional é concentrar capitais públicos (escassos) e capitais privados (suplementares) em saúde pública, educação pública, segurança pública, justiça capilar, transporte coletivo, habitação popular, pesquisa básica e programas sociais de emergência. São funções de governo para todo o sempre. Governo eficiente e enxuto, no conceito de Estado ótimo e não mais do Estado Máximo ou do Estado Mínimo.”
Joelmir Beting, coluna de 29.07.98
Por isso, é bom observar atentamente, já que a partir de janeiro teremos deflagrada a campanha sucessória, a plataforma dos candidatos, com especial atenção para mais dois aspectos vitais a médio prazo: o crescimento e a exportação para combater a vulnerabilidade externa.
“Para crescer sem parar, o Brasil tem de fazer duas lições de casa: investir pesado na educação e apostar ousado na exportação.”
Jeffrey Sachs, economista norte-americano