400 edições testemunhando a Históriae acreditando na capacidade de ir além

 
Nesta edição, nós que fazemos o Gestão Hoje, temos duas marcas a comemorar: o número 400 do informativo e os 12 anos de atuação da TGI no mercado nordestino de consultoria empresarial. E gostaríamos de fazer isso pedindo licença para homenagear os leitores do GH e os clientes e amigos da TGI com uma breve retrospectiva e uma mensagem de esperança no futuro.
Desde que a TGI começou a funcionar em outubro de 1990, muitas coisas aconteceram no Brasil e no mundo, nos planos político, econômico e gerencial, afetando, de modo às vezes atordoante, a gestão empresarial. A década de 90 foi particularmente rica em eventos e mudanças marcantes.  Em meio ao exigente exercício da atividade de consultoria empresarial, logo sentimos a necessidade de dispor de um veículo que pudesse funcionar, ao mesmo tempo, como escoadouro das perplexidades do ambiente em mutação, abrigo das reflexões emanadas da prática cotidiana, além de local de incentivo ao debate, num mundo de muitas dúvidas e poucas certezas, a maioria delas dogmáticas.
Foi com esse intuito que, em março de 1994, veio à luz o informativo Gestão Empresarial-Conjuntura & Tendências na forma de fax-paper, o primeiro de sua categoria (gestão empresarial) no Brasil. Inicialmente com edições não numeradas, em janeiro de 1995 inicia-se a série semanal ininterrupta que, hoje, chega ao número 400.
Nesses 12 anos da TGI e nos quase 9 do GH, de par com o que convencionou-se chamar de globalização, muitas novidades surgiram, floresceram e caíram no ostracismo em se tratando de management. Qualidade Total, Benchmarking, Reengenharia, Aprendizagem Organizacional, Avaliação 360º, Empowerment, Balanced Scorecard etc. Pelo menos uma novidade por ano, sem falar no furacão da Internet que, mais do que um fenômeno de mídia, em seu ilusório auge, pretendeu ditar regras não só para a economia (autodenominada de “nova”) como também para a gestão empresarial. Certo estava o escritor e físico israelense Eliyahu Goldratt, autor do livro “A Meta”, quando disse:

“Modismos cegam as pessoas.”

Eliyahu Goldratt, Exame, 27.09.2002

No campo da economia, desfilaram diante dos nossos olhos atônitos, com impactos profundos nas contabilidades empresariais, a inflação galopante; o confisco dos depósitos e da poupança; o Plano Real; a brilhante solução da URV; a abertura da economia; o populismo cambial (1 dólar = 1 real); as crises do México, da Ã?sia, da Rússia, do Brasil e da Argentina; as privatizações; a desvalorização cambial; o crescimento exponencial da dívida pública; o estouro da “bolha” da Internet; o 11 de setembro; a crise da energia; e, agora, para nossa inquietação, a crise de confiança internacional no futuro do país (com a subida do dólar e do Risco Brasil).
No campo político, vimos, espantados, o primeiro presidente eleito após quase três décadas, acuado por impressionante mobilização popular e política, renunciar para não ser cassado por improbidade (o que terminou acontecendo); o inacreditável governo Itamar Franco; o espantoso sucesso eleitoral do plano real de estabilização econômica; a eleição, a reeleição e o ostracismo de FHC; e, agora, veremos, daqui a dois meses, a primeira passagem de cargo entre presidentes eleitos desde a posse de Jânio Quadros em 1961.
Assim como o antigo Repórter Esso se intitulava, naquela época já remota, o Gestão Hoje pode se orgulhar de também já ser “testemunha ocular da história”, sempre com o compromisso firme de, ancorado na prática diária da atividade de consultoria empresarial da TGI, procurar interpretar e traduzir os acontecimentos relacionados ao gerenciamento, à economia e à política em elementos capazes de subsidiar, com os pés no chão, a gestão empresarial estratégica.
Sem concessão a modismos. Com a crença permanente na capacidade do país superar suas dificuldades, independente de quem venha a ser eleito em 27.10.2002. Com a esperança de ver brilhar o sol de um futuro que crise nenhuma é capaz de nublar.

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