Vivemos hoje em dia sob apoderosa influência do design

 
Uma das características mais marcantes da vida moderna é a onipresença do design em praticamente todos os objetos que estão à nossa volta.
Simon de Boer, arquiteto de interiores e estilista holandês, em visita recente que fez ao Brasil, deixou registrado esse sentimento:

“Tudo é design. Não só um móvel, um interior, uma xícara, calça, jaqueta ou bolsa, mas também a própria vida, inclusive a moral.â€?

Simon de Boer, Gazeta Mercantil, 14.03.2003

O exagero de estender o design para a vida e a moral pode-se perdoar como um recurso para evidenciar sua importância. Faça um teste, olhe à sua volta e tente identificar um objeto, qualquer um mesmo, que não tenha sido resultante de “estilismo”, de um projeto de design. É difícil.
Sem design, o produto perde competitividade frente aos concorrentes melhor cuidados do ponto de vista estético. Um bom exemplo disso é dado na revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios pela estilista da loja de sapatos femininos Les Gazelles, de São Paulo:

“Sem desenho próprio eu não poderia vender meu sapato por R$ 180, quando ali na esquina tem um outro que custa R$ 90.â€?

Meline Moumdjian, revista PEGN, outubro/2002

Mesmo custando o dobro, quem pode compra o produto que tem estilo próprio, que tem design incorporado, consentindo em pagar um prêmio especial por isso. Ao proceder assim, o consumidor está, apenas, seguindo a tendência do mundo esteticamente globalizado. E o mundo globalizado é o mundo do design.
As estimativas são de que, hoje em dia, já se gaste mais com design do que com propaganda. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que 65% das empresas de pequeno porte pesquisadas ampliaram as vendas após submeterem suas embalagens a processos de melhoria do design.
A questão é séria porque, por melhor que seja o produto, se não tiver um padrão mínimo de design incorporado e, mais ainda, se isso não estiver visível logo na embalagem, ele passará sem ser percebido pelo consumidor, como destaca Neuza Armstrong, da Écologie Cosméticos:

“O consumidor julga o produto pelo que vê. E os olhos enxergam primeiro a embalagem.â€?

Neuza Armstrong, revista PEGN, outubro/2002

A razão porque isso ocorre parece estar relacionada à globalização de valores, dentre os quais se destaca a estética, como indica Domenico De Masi, o criador do conceito do “ócio criativo”:

“…hoje nos damos conta de que as empresas não progridem sem idéias, e que isso requer fantasia, subjetividade, estética e emotividade. É como se, de repente, o petróleo fosse importante, e descobríssemos que você tem petróleo e eu não. O petróleo da era pós-industrial será criatividade, estética, emotividade, subjetividade.â€?

Domenico De Masi, revista Você S/A, março/1999

Dentro do espírito contemporâneo, o Gestão Hoje, além de zelar pelo conteúdo atual de suas edições, tem, também, desde sua criação há quase dez anos, se preocupado com a forma e a evolução do seu modo de apresentação, visando a torná-lo, sempre, atraente para o leitor.
Imbuídos do espírito de renovação, inauguramos, portanto, com o presente número, um novo layout, tanto do modo fax quanto do e-mail, incluindo o site, também renovado. A criação é da designer Neide Câmara e a artefinalização básica da designer Sílvia Guimarães. O site é produção da Cartello.

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