Ao enfrentar o primeiro adversário de peso na Copa, a seleção brasileira mostrou todo o despreparo que vinha insinuando contra os fracos adversários anteriores à França. Resultado: uma derrota que humilha e revolta a torcida pela apatia, desinteresse e, mesmo, desleixo dos jogadores em campo.
“O que faltou à seleção brasileira foi atitude.”
Galvão Bueno, TV Globo, 01.07.06
Depois da derrota, todos os comentaristas esportivos, os que foram para a Alemanha, e os que ficaram fazendo a cobertura no Brasil, fizeram menção ao fato de ter faltado entusiasmo e garra ao time brasileiro.
“Essa foi uma seleção brasileira sem alma.”
Armando Nogueira, SporTV, 02.07.06
Sem atitude e sem alma, os jogadores passearam em campo, olhando o adversário jogar, sem esboçar reação, mesmo quando a seleção levou o gol no início de segundo tempo.
“Em 36 anos de futebol nunca vi uma seleção brasileira tão apática, tão inoperante. (…) Como é possível uma seleção brasileira, em jogo de Copa do Mundo, dar apenas dois chutes a gol? (…) Eu quero saber como é possível um time com a camisa da seleção brasileira entrar em campo com a postura de ontem. Uma equipe dorminhoca. Tinha de ter alguém para acordá-la. Faltou isso. Faltou muito mais. Faltou tudo. Faltou paixão, coração.”
Carlos Alberto Silva, ex-tecnico da seleção, 02.07.06
A ira da torcida se volta contra o técnico e os jogadores. Numa pesquisa on line no site da Folha de S. Paulo, Parreira aparece como o principal responsável pelo fracasso da seleção (51%), seguido pelos jogadores (37%) e pelos cartolas (6%).
“Parreira e as estrelas milionárias, (…) Não podiam ter feito isso com os brasileiros. Tinham a obrigação de nos respeitar. Podiam até perder, mas que tivessem lutado com garra, suando a camisa como o herói que sustenta a posição até a última gota de sangue.”
Joffre Neto, jornalista, Blog do Noblat, 02.07.06
Da “pátria em chuteiras” como Nelson Rodrigues chamava a seleção, sempre se esperará muito mais do que foi visto contra a França. E do técnico sempre se esperará mais do que frieza, arrogância e teimosia. Será sempre esperado, também, como dos jogadores, paixão e arrebatamento. Ficou muito evidente a diferença de estilos do técnico atual para o anterior que, hoje, leva paixão ao time de Portugal.
“Scolari como um leão à frente de sua ‘família’ lusa, gesticulando, gritando, jogando a partir do ‘banco de suplentes’ e Parreira passivo, com o olhar perdido, mastigando a língua, acompanhado pela expressão apática de Zagalo, enquanto o Brasil ia para o brejo. E ainda teve a coragem de dizer: ‘Não há do que se arrepender porque fiz tudo que queria fazer’! Ótimo, teimoso até o fim. Pois é, tinha razão outro europeu, Baltasar Gracián, o famoso jesuíta espanhol do sec. XVI: ‘toda teimosia é tola, e todo tolo é teimoso.'”
Joffre Neto, jornalista, Blog do Noblat, 02.07.06