Ainda sobre a importância da visão para a construção de uma boa estratégia e para uma ação empresarial conseqüente, vale a pena destacar a frase de um especialista em comunicação sobre a construção de marcas.
“Empresas são feitas por homens. Marcas são feitas por homens de visão.”
Alexandre Gama, publicitário paulista
Sim, a prática da gestão estratégica confirma a importância da visão e de uma boa estratégia para o sucesso a longo prazo de qualquer empresa ou organização. Todavia, uma visão mobilizadora e uma boa estratégia são condições necessárias mas não suficientes. Além delas, é indispensável a capacidade de realização para colocar as orientações estratégicas em prática. Ou seja, fazer acontecer o que foi sonhado e projetado.
“Não importa o quanto a sua visão e a sua estratégia sejam brilhantes se você não puder ter os soldados, as armas, os veículos, a gasolina, a comida — as botas, pelo amor de Deus! — para dar às pessoas certas, no lugar certo, na hora certa.”
Tom Peters, consultor norte-americano
A importância dessa capacidade fundamental de realização para o sucesso empresarial chama a atenção para outro tipo de competência da gestão que é a de gerir o longo prazo (o horizonte da visão) e o curto prazo (o horizonte de hoje) simultaneamente. É preciso cuidar do dia-a-dia para que a empresa possa sobreviver no curto prazo, sem descuidar do médio e longo prazos para que a empresa possa sobreviver amanhã.
“É muito tentador gerir com uma visão a curto prazo, mas muito perigoso. Algo que os gestores têm que aprender, e que muito poucos sabem, é gerir o curto e o longo prazos simultaneamente.”
Peter Drucker, 1909-2005, filósofo da Administração
Realmente, não é fácil. Afinal, o dia-a-dia está aí, as coisas precisam ser tocadas, a sobrevivência está em jogo e na maioria das vezes “não dá para ficar elucubrando sobre o futuro”. Mas, sem antecipar o futuro a sobrevivência também fica comprometida. O próprio Peter Drucker é citado pelo consultor Clemente Nóbrega fazendo interessantes considerações sobre o confronto entre marketing e inovação e a responsabilidade do executivo em relação à gestão dos dois tempos simultâneos.
“Não importa quão caótico esteja o mundo, se você quer ser executivo você tem de prever, pois as duas funções empresariais básicas, as duas que produzem resultados, são marketing e inovação. O resto é custo, como ensina Peter Drucker. Se marketing tem a ver com o que você faz para que a pessoas comprem de você hoje, inovação é o que você tem de fazer hoje para que elas continuem comprando amanhã.”
Clemente Nóbrega, físico e consultor de empresas
Capacidade de fazer acontecer o planejado (visão + estratégia) e capacidade de gerir a organização simultaneamente no curto e no longo prazos (ver a propósito o GH/136) são os ingredientes complementares à formulação da visão de futuro e da estratégia para chegar até ela. Essas capacidades são mais necessárias ainda nos dias que correm. A crise financeira que explodiu nos EUA e já lança seus estilhaços sobre a economia real norte-americana, com reflexos, inclusive, entre nós, vai exigir, com certeza, o pleno exercício dessas capacidades. Garantir hoje a sobrevivência de amanhã é a palavra de ordem da atualidade.
Assunto como planejamento estratégico no Brasil deveria ser considerado como “Calamidade pública”, pela sua importancia. Sugiro aos leitores do Gestão Hoje, ler – “Só os Paranóico Sobrevivem – de Andrew Grover Ed. Futura”….só vai ser dificil achar um exemplar, pois sua edição está esgotada no Brasil faz tempo!
Parabéns ao pessoal de Gestão Hoje, por retormar este assunto.
Ronaldo Farias – Brasília.
Achei importante a opinião de Clemente Nóbrega:
“O SUCESSO DE HOJE, NÃO É GARANTIA DE SUCESSO AMANHÃ, TEM QUE INOVAR PARA SOBREVIVER.”
Polênico o futuro, a estratégia, o fazer e o gerir. A empresa tá inserida num meio, uma pessoa legalmente reconhecida. E esse meio aponta o futuro, financia a estratégia e favorece o fazer. O gerir fica a cargo do estilo, do status e da moda. A visão, às vezes, é embaraçada pela ilusão, a especulação e a perda do objetivo fim da empresa. A atividade meio acorrentada com objetivo estranhos, faraônicos e delirantes. Nisso, é o tempo da empresa retornar ao seu objetivo fim e conciliar sua atividade meio e retornar à pupila dos olhos, a produção.