Na quarta-feira, 29.04.09, o presidente Barack Obama completou 100 dias de governo com a aprovação de 63% dos norte-americanos. Algo surpreendente para quem assumiu a presidência com tantos problemas acumulados, a maioria deles em decorrência da desastrosa administração do seu antecessor.
“O presidente Obama assumiu em condições particularmente adversas, com duas guerras malparadas (no Iraque e no Afeganistão) e com a maior crise financeira desde os anos 30. Nenhum chefe de Estado americano começou com problemas tão complicados.”
Celso Ming, jornalista, O Estado de S. Paulo, 29.04.09
Os analistas reconhecem que apesar das grandes dificuldades encontradas, Obama conseguiu se desempenhar bem, em especial no que diz respeito à atuação política. Começou mandando uma proposta orçamentária ousada que consubstancia suas promessas de campanha em relação à saúde pública, ao apoio aos mais pobres e às mudanças na área de energia. No plano internacional, já teve uma atuação completamente diferente e bem mais promissora do que a da administração passada. No que diz respeito à contenção da crise, no entanto, sua atuação é, não só considerada tímida como, ainda, capaz de trazer problemas inflacionários e, consequentemente, aumento expressivos dos juros, além de instabilidade à economia, num futuro não muito distante.
“É certo que na resposta à crise o governo Obama se mostrou mais tímido do que na cena política. (…) o preço [do financiamento dos rombos financeiros dos bancos sem contrapartida] será um horizonte inflacionário, uma puxada na taxa de juros para evitar o desmoronamento do dólar e um stop and go da economia que cresce um trimestre, outro patina.”
Fernando Henrique Cardoso, O Globo, 03.05.09
Como se não bastassem os problemas complicadíssimos decorrentes da crise econômica já instalada, surge agora no México uma séria ameaça de pandemia (epidemia mundial) de gripe, impropriamente chamada de “suína” mas capaz de provocar danos potencialmente gravíssimos danos à saúde das populações e, também, prejuízos econômicos severos como já ocorre no próprio México cuja economia praticamente parou depois de confirmado o surto.
“Estudos do Banco Mundial mostram que um surto global do vírus poderia custar ao mundo US$ 3 trilhões em programas de saúde e prejuízos pela paralisação dos negócios. A crise econômica está custando, até agora, cerca de US$ 4 trilhões.”
Peter Moon, repórter especial, Época, 04.05.09
Provocada pelo vírus Influenza tipo A, subtipo H1N1, da mesma família da Gripe Espanhola que em 1918 infectou 20% da humanidade, matou um em cada 20 doentes e dizimou mais de 40 milhões de pessoas (motivo pelo qual o alarme da Organização Mundial de Saúde soou de forma tão estridente), a chamada Gripe Suína, depois do medo inicial, parece estar se configurando apenas num tipo de gripe um pouco mais forte. Vamos torcer para que seja somente isso mesmo.
“Tudo leva crer que a gripe suína é como uma gripe comum, apenas com sintomas um pouco mais fortes. É um vírus novo, que se transmite entre seres humanos, mas o mundo está preparado para enfrentá-la.”
Carlos Magno Fortaleza, infectologista, FSP, 01.05.09
Da epidemia à crise, coisas diferentes. De um lado, doença; outro, fim de um ciclo econômico. Ponto comum entre epidemia e crise, a falta de justiça. O governo ignorou a epidemia, centenas de mortos; na crise, não levou em conta o necessário. Politicamente, o espetáculo rolou por conta da inquietude social, prejuízo ainda não computado. A sociedade, andou pelo direito social, terminou em consultas públicas no STF. O saldo fica na esperança da justiça: um governo mais justo; uma economia mais produtiva; e, uma sociedade mais estável.
Realmente, essa tão falada doença está causando muitos problemas. Devemos agradecer a Deus por não termos nenhum caso confirmado em nosso País.