Os executivos de sucesso trabalhamem média 12 horas por dia e ainda em casa

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Em meio à crise que afeta de forma desigual as empresas e os setores, uma publicação recém-divulgada traz algumas informações sobre as quais vale a pena comentar. A publicação é “Executivo de Valor”, maio/2009, do jornal Valor Econômico. Nela são relacionados os executivos considerados mais competentes de cada setor da economia brasileira, escolhidos por um júri formado por representantes de dez das mais conceituadas empresas de seleção de profissionais de alto escalão. Foram escolhidos 24 executivos com características distintas mas, com certeza, alguns pontos comuns como os apontados pelo presidente da Mesa Corporate Governance, Herbert Steinberg, em artigo na publicação.

“Equilíbrio, prudência, transparência. Liderar na crise exige uma combinação de talentos jamais exigida, uma capacidade de superar-se mais e mais. A realidade atual é essa e não deve mudar tão cedo. A vida do CEO, hoje, é uma somatória de vetores que vão desde atender as expectativas dos acionistas, da família controladora, dos fornecedores, dos funcionários, até a capacidade de saber em detalhes o que acontece nos bastidores da empresa e onde apostar as fichas para garantir um bom futuro.”

Herbert Steinberg, Executivo de Valor, ano 9, número 9

Outra característica que chama a atenção e merece destaque é a quantidade média de horas trabalhadas pelos executivos de valor: 12 horas ou, mais precisamente 11,78 horas por dia. Ou seja, três expedientes, em vez dos dois convencionais.

“11 horas na Cosan e o tempo todo em casa.”

Rubens Ometto

Rubens Ometto, 59 anos, é o controlador da Cosan, maior produtor de açúcar e álcool do país, com 23 usinas na sua estrutura e capacidade para moer 60 milhões de toneladas de cana. A Cosan deve faturar, na safra 2008/2009, R$ 4 bilhões, sem contar a receita da rede de distribuição de combustíveis que a empresa adquiriu da Esso. Sua frase chama a atenção para um fato importante: além do expediente no trabalho, ainda há aquele complementar em casa. A respeito disso, vale a pena reproduzir o que diz Paulo Ferraz da Cia. Bozano, antigo Banco Bozano, Simonsen.

“Só cresce de verdade quem trabalha muito. (…) Dá para trabalhar 100 horas por dia e ter uma vida pessoal saudável. O problema é que as pessoas confundem qualidade do lazer com quantidade de horas de lazer. O que é preciso é estar satisfeito com o que se faz. (…) Eu trabalho muito e descanso muito. Sempre tiro 30 dias de férias de uma vez e exijo que aqueles que trabalham comigo façam o mesmo. Às vezes levo trabalho para casa. Mas não considero que ler um livro de negócios seja trabalho. Para mim é lazer porque gosto de aprender.”

Paulo Ferraz, 54 anos, presidente da Cia. Bozano

Pelo exposto, algumas conclusões, portanto, podem ser tiradas. A primeira delas é que os executivos de valor trabalham todos mais do que os dois expedientes convencionais, em média três, mas, alguns, quase quatro. A segunda é que o principal não é propriamente a quantidade de horas que conta mas a qualidade delas. A terceira poderia ser a de que sucesso profissional exige dedicação e dedicação exige tempo não convencional, sempre, claro, com o cuidado de não transformar a intensidade em martírio e cuidar bem do lazer para equilibrar e não ficar refém do estresse.

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