O Brasil termina 2009 com a melhor avaliação internacional de sua História e aponta para uma década melhor ainda se conseguir manter as conquistas e avançar numa agenda necessária
Termina 2009, o melhor ano do Brasil no cenário político e econômico internacional. Aliás, o melhor ano da melhor década. De fato, como gosta de dizer o presidente Lula, “nunca antes na história” o Brasil passou por um período tão positivo em termos de avaliação da comunidade internacional. Como bem analisa o cientista político Fernando Abrúcio, em bom artigo na última revista Época, “o melhor espelho para um país é a percepção externa sobre sua situação”. Uma percepção, a bem da verdade, que começou a ser formada há duas décadas atrás.
“O primeiro passo foi a Constituição de 1988 (…) ela, de fato, tinha alguns problemas, mas continha as bases para uma ordem democrática inédita no Brasil. (…) A década de 1990 criou as bases da estabilidade econômica, com o fim da inflação crônica e das ‘torneirinhas’ fiscais que tornavam descontrolado o gasto público. (…) O novo século foi inaugurado politicamente com a vitória de Lula (…) Esse sinal de ascensão social num país marcado pela enorme desigualdade foi também entendido por Lula, que deu prioridade à agenda de inclusão de milhares de brasileiros.”
Fernando Abrúcio, revista Época, 28.12.09
Mesmo sem um plano definido, meio “aos trancos e barrancos”, como tão bem definiu em título de livro o grande sociólogo Darcy Ribeiro, o Brasil, ao longo dos dois últimos mandatos presidenciais dobrados de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, foi acumulando acertos que apontam para uma nova década virtuosa se eles forem, além de mantidos, reforçados por uma agenda de avanços correta.
“O próximo decênio tem tudo para ser melhor que o atual se mantivermos os acertos e encontrarmos os caminhos das agendas certas. Cinco são os temas que poderão fazer a diferença: modernização da gestão pública, fazendo mais e melhores políticas sem aumentar a carga tributária (talvez até racionalizando-a); investimento em qualidade educacional, melhorando o perfil da mão de obra e dotando a população de condições apropriadas para o exercício da cidadania; melhoria da infraestrutura para dinamizar a economia, com respeito ao meio ambiente; revolução na governança das grandes áreas metropolitanas brasileiras; e ampliação da democratização, aperfeiçoando as instituições e iniciando a renovação da (boa) elite política.”
Fernando Abrúcio, revista Época, 28.12.09
No mesmo número da Época, última página, a diretora da sucursal da revista no Rio de Janeiro, Ruth de Aquino, destaca a seu ver o principal item desta agenda decenal.
“Só mesmo a Educação ampla, irrestrita e de qualidade, a partir do nascimento de cada brasileiro, poderá mudar a cara deste país (…) Na última década, o Brasil avançou. Na próxima, precisa tornar a Educação, precoce e fundamental, uma obsessão nacional.”
Ruth de Aquino, revista Época, 28.12.09
São com estas constatações e antecipações que o Gestão Hoje encerra este bom ano para o Brasil, desejando aos leitores um 2010 melhor ainda que 2009 e que ele seja, de fato, o início de um decênio que realize, de uma vez por todas, a vocação de futuro do país. Todos nós merecemos.