Primeiro trimestre termina com fortes emoções ao redor do mundo

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Depois do terremoto, do tsunami e do acidente nuclear do Japão, impressionantes fenômenos que se sucederam quase simultaneamente, surgiu logo a pergunta sobre os impactos na economia mundial, já combalida pela recessão de há dois anos. Todavia, como bem destacou o ex-embaixador e hoje consultor de negócios Rubens Barbosa, no Globo News Painel da semana passada, essas são apenas algumas das incertezas que se precipitaram sobre a realidade mundial, antes mesmo de acabar o primeiro trimestre do ano.

“O ano de 2011 começa aumentando tão dramaticamente as incertezas mundiais que é bom a gente pensar no que aconteceu: (1) as rebeliões populares no norte da África e no Oriente Médio; (2) a crise financeira e econômica na Europa, voltando, agora, com a Grécia; (3) a crise da Líbia; (4) o terremoto, o tsunami, a crise nuclear que aconteceram no Japão; (5) a instabilidade dos preços do petróleo; e (6) a crise, pela alta dos preços, na alimentação no mundo.”

Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil nos EUA

Há, inclusive, temores de que a situação da Europa se agrave a tal ponto que chegue a afetar de modo intenso as bolsas de valores ao redor do mundo como bem alerta o economista e cometarista do programa Manhattan Connection, Ricardo Amorim. Se isso vier a acontecer, a situação vai se complicar porque pode ajudar a abortar a retomada da economia mundial.

“É pouco provável que o ajuste fiscal que estava sendo feito na Grécia e na Irlanda dê resultado – as medidas devem retrair a economia e reduzir a arrecadação, o que só piora o déficit. Além disso, países como Espanha e Portugal devem precisar de socorro em breve, e não há dinheiro para todo mundo. Em algum momento ao longo do ano, a bomba vai estourar. Quando isso acorrer, as principais bolsas do mundo devem desabar.”

Ricardo Amorim, economista, Revista Exame

Só no que diz respeito ao Japão, o custo econômico do terremoto e do tsunami já é estimado como o maior da história, com impacto imediato sobre o crescimento do PIB japonês.

“O custo econômico do terremoto e do tsunami que afetaram o nordeste do Japão em 11 de março é de 309 bilhões de dólares.O valor corresponde aos danos das infraestruturas, das casas e das empresas do nordeste do Japão. A catástrofe pode conter o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 0,5%, segundo o governo.O custo final pode ser ainda maior, já que a estimativa não leva em consideração o impacto dos cortes de energia elétrica na região de Tóquio em consequência da crise nas centrais nucleares e térmicas.”

Yahoo! Notícias

Mas como a economia tem as suas contradições, estimam alguns especialistas que, até o final do ano, o próprio esforço de reconstrução pode se transformar num estímulo para o crescimento.

“Ao mesmo tempo, o governo destaca que os trabalhos de reconstrução nas zonas afetadas pelo terremoto devem estimular a atividade econômica e o consumo em todo o país.”

Yahoo! Notícias

O fato é que a catástrofe japonesa vem lançar mais dúvidas sobre a economia mundial num momento em que ela parecia estar em vias de recuperação do baque da crise de 2008. Resta ficar atento ao desenrolar dos fatos. De falta de emoção em relação à conjuntura internacional ninguém vai  poder se queixar neste início de ano.

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