Ao contrário do que muita gente pensa, o estresse não é causado pelo volume de trabalho, mas, sim, pela forma com a qual o profissional lida com ele.
O atual momento da economia pernambucana, com a chegada de importantes projetos estruturadores, abre uma janela de oportunidades para profissionais das mais diversas áreas. Porém, ao mesmo tempo que traz inúmeras possibilidades de crescimento profissional, esse cenário também deve contribuir para o aumento da concorrência, da exigência por produtividade e, consequentemente, do estresse. Saber lidar corretamente com fatores que geram o estresse — o que os especialistas chamam de gestão do estresse — é uma habilidade essencial para enfrentar as pressões naturais de um ambiente competitivo, equilibrando sucesso profissional e qualidade de vida.
É comum os profissionais atribuírem à carga de trabalho a culpa por uma rotina estressante. Entretanto, em grande parte dos casos, a raiz do problema não é o trabalho em si, mas a forma pela qual o profissional lida com ele e também com outros diversos fatores e escolhas pessoais que impactam em sua qualidade de vida.
Quem faz uma escolha profissional inadequada, por exemplo, corre o risco de ser um estressado crônico e em tempo integral. Poucas coisas são mais estressantes a longo prazo do que trabalhar cotidianamente em uma atividade com a qual não se tem identificação ou que não desperte interesse. Já um profissional motivado e identificado com sua atividade é capaz de cumprir uma jornada de trabalho excessiva sem apresentar sinais de esgotamento físico ou emocional.
Alguns padrões de comportamento no trabalho também podem contribuir para uma rotina estressante. Profissionais que costumam traçar metas “impossíveis”, estabelecer expectativas altas em relação ao restante da equipe, adiar decisões importantes ou não definir prioridades, por exemplo, tendem a frustrar-se com maior frequência por não atingirem os objetivos desejados — o que, a médio prazo, também pode levar ao estresse.
É importante lembrar que, bem dosado, o estresse pode ser positivo para a vida do profissional, na medida em que o estimula a realizar as ações. É como um elástico, que estica quando necessário e volta ao normal depois de suportar a pressão. O problema se dá quando o elástico estica demais e não volta. Isso pode acontecer devido a uma série de fatores que vão além do trabalho. Relações afetivas, problemas financeiros ou de saúde, conflitos pessoais, falta de exercício físico, trânsito ou pequenas perturbações do dia a dia — tudo isso, se for mal administrado, pode levar ao estresse.
Por isso, é fundamental sustentar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, preocupando-se em manter uma rotina saudável, cuidando da alimentação, praticando uma atividade física e mantendo em dia os cuidados com a saúde. Atenção também para as finanças pessoais. Um orçamento doméstico desorganizado, com contas sempre no vermelho, é um dos fatores com maior potencial para gerar estressados crônicos.