É comum ouvir-se que o grande responsável pela perda da qualidade de vida é o trabalho — ou o excesso dele. Na realidade, o trabalho pode contribuir, mas também há outras questões que podem potencializar esse problema. Talvez o segredo do sucesso, nesse caso, seja buscar satisfação em qualquer atividade, seja ela profissional ou não. O não prazer associado à atividade certamente gerará desgastes físicos e emocionais, que, repetindo-se com certa frequência, comprometerão a qualidade de vida.
Outros fatores, além do trabalho prazeroso, são essenciais: (a) adotar uma boa alimentação, mantendo horários regulares e com pequenos intervalos, (b) ter um bom sono, (c) realizar atividades físicas sistemáticas, (d) priorizar um tempo para estar com família e amigos — de corpo e alma, não somente se fazendo presente.
Considerando todas essas questões e sabendo que só temos 24h por dia, a grande pergunta é: como conseguiremos administrar nosso tempo para dar conta de tudo isso?
Cada um tem o seu estilo, muito pessoal e singular, de acordo com sua vivência e os valores construídos ao longo da vida, para lidar com as tarefas e os compromissos no dia a dia. Por essa razão, não tenho a pretensão de ensinar como lidar com o tempo para dar conta de tudo, mas de provocar uma reflexão a partir de alguns poupadores de tempo que considero importantes ferramentas para melhorar a administração do tempo. O importante é cada um avaliar como utilizá-las.
(1) Priorização: toda urgência é algo importante que poderia ter sido feito há algum tempo, mas que não foi priorizado no momento oportuno. Nesse caso, é importante avaliar quais atividades devem ser priorizadas. Em seguida, programar-se para fazer e ter disciplina para realizar.
(2) Organização: manter o ambiente organizado ajuda a encontrar as coisas mais rapidamente. Ter o hábito de utilizar agenda facilita a organização dos compromissos no tempo disponível e, mais importante, evita esquecer algum compromisso assumido.
(3) Delegação: a primeira coisa é avaliar quais as atividades — sejam elas relacionadas ao trabalho ou não — que são indelegáveis, quais as que podem e quais as que devem ser delegadas. Após isso, saber a quem delegar. E, quando delegar, acompanhar a sua realização para garantir a qualidade da tarefa e o cumprimento do prazo estabelecido. Lembrando que delegar não é abandonar uma tarefa na mão de alguém. A responsabilidade pelo sucesso ainda continua sendo sua.
(4) Saber Dizer Não: talvez este seja um dos poupadores mais difíceis para administrar o tempo, mas muitas vezes é imprescindível. É preciso exercitar sempre que possível a capacidade de dizer não, com o cuidado de não se tornar inacessível a todos. Regra básica: nunca diga um sim quando tiver a impressão de que deveria dizer um não.
Uma boa administração do tempo, seja dedicando-se às atividades profissionais (buscando sempre satisfação no que faz) e também às pessoais (fazer atividades de lazer, cuidar da saúde, priorizar família e amigos), certamente garantirá uma boa administração da sua qualidade de vida. São atitudes essenciais para todas as pessoas.