Na edição anterior da Conexão Profissional, falamos sobre como a remuneração variável pode impactar a escolha de quem está iniciando a carreira e citamos como fonte o Termômetro ÁgilisRH, agora na sua quarta edição. São dados a que jovens profissionais devem estar atentos, pois apontam as tendências do mercado.
A nova sondagem da ÁgilisRH, realizada com 146 sócios, gestores, profissionais e gerentes de RH de empresas privadas e públicas de Pernambuco, procurou traçar um panorama de quando, onde e como a remuneração variável tem sido usada.
Os principais resultados apontam, em primeiro lugar, que a maioria das empresas adota algum modelo de remuneração estratégica, baseada em metas e desempenho. Das empresas consultadas, cerca de 38% utilizam esse tipo de política salarial para toda a equipe; e 30%, apenas para gestores. Entretanto, quase um terço das instituições ainda se limita a pagar apenas salário mais um pacote de benefícios.
Em segundo lugar, constatou-se que, para os entrevistados, o maior ganho da remuneração variável é a retenção e o comprometimento dos profissionais (28%) ou a satisfação deles (26,3%). Portanto, as empresas estão percebendo que essa estratégia é uma maneira eficaz de lidar com a alta rotatividade no mercado agora que a economia pernambucana está aquecida e falta mão de obra qualificada.
Um terceiro ponto a destacar é a forma como essa estratégia se dá: em somente um quarto das organizações, a avaliação de desempenho dos profissionais é o fator determinante na remuneração variável. No restante delas, está atrelada ao resultado das áreas (40%) ou ao resultado geral da organização (33%). Este é um dado preocupante, já que critérios de remuneração que não consideram também a avaliação individual podem desencadear um sentimento de injustiça entre os empregados, principalmente quando os critérios de distribuição não são claros ou não consideram os desempenhos desses profissionais para a consecução das metas.
Por fim, o Termômetro ÁgilisRH constatou que um pacote de benefícios atraente (31%) e um salário compatível com o mercado (30%) são as principais reivindicações dos profissionais no setor privado.
De modo geral, os dados da sondagem apontam que a maior parte das empresas está no caminho certo, mas precisam aperfeiçoar as políticas de remuneração para obter resultados melhores, especialmente ferramentas como as avaliações de desempenho, que podem ser mais justas, transparentes e eficazes. É preciso, entretanto, que o profissional considere não apenas a remuneração na escolha por uma oportunidade, mas também outras práticas de gestão de pessoas.