por Tiago Siqueira, sócio da TGI Consultoria em Gestão
O planejamento estratégico deve servir de base orientadora para a organização poder chegar ao futuro desejado, como vimos no artigo publicado na última edição da Coluna da Rede Gestão (acesse www.redegestao.com.br). O sucesso da sua formulação será fundamental para mantê-la dentro do rumo. Por isso é importante que, ao final do processo, todos os setores da organização estejam falando a mesma linguagem e caminhando rumo à mesma direção.
Muitas vezes, as orientações estratégicas básicas da organização estão todas contempladas num único documento, utilizado pelos gestores como principal referência para fazer o monitoramento sistemático das prioridades estratégicas. Porém há casos, principalmente nos de organizações de maior complexidade e tamanho, em que será preciso fazer um desdobramento da estratégia geral em estratégias setoriais. Na sua essência, todas essas estratégias setoriais deverão ter uma sintonia fina com a estratégia geral — é preciso assegurar que haja essa conexão. Ao final do ciclo de planejamento, atingir o conjunto de prioridades setoriais significará que a organização conseguirá atingir a sua estratégia.
Para esses casos, a formulação do planejamento estratégico precisa de uma atenção mais cuidadosa. É preciso seguir uma metodologia adequada para garantir a consistência das informações que serão desenvolvidas, permitindo a elaboração de um planejamento estratégico eficiente e adequado.
Essa metodologia varia caso a caso, mas há uma base comum. Primeiro deve-se formular o objetivo macro (desafio geral, com suas prioridades e metas), aquele que servirá de fio condutor para permitir a formulação de todos os demais objetivos setoriais. Os participantes da formulação desses objetivos devem ser os principais responsáveis pela direção da organização, já que são eles quem devem dar o tom da estratégia organizacional. Mas também pode haver a participação de outros gestores, a depender do processo de formulação pactuado.
Após a conclusão das orientações gerais da organização e a partir delas, todos os setores deverão desenvolver as suas diretrizes, respondendo a seguinte pergunta: se o desafio geral da organização é esse, qual será o desafio do meu setor para ajudar a organização a atingi-lo? O gestor responsável pela área deve conduzir a formulação da estratégia setorial, com a participação efetiva da sua equipe, a ser definida caso a caso.
Encerrada a construção das estratégias setoriais, é importante fazer uma análise de consistência final. Todo o conteúdo deverá ser analisado pela direção — aqueles mesmos gestores que produziram as orientações gerais. Eles deverão avaliar se as estratégias setoriais estão seguindo o mesmo direcionamento da estratégia geral, fazendo os ajustes necessários, e deliberar.
Por último, deve-se juntar todos os envolvidos, apresentar o planejamento final e combinar a sistemática de monitoramento, que certamente terão colegiados apropriados para acompanhar cada pauta.