“A internet é uma das poucas coisas criadas pelos homens que eles não entendem completamente. É fonte de um bem enorme e tem um potencial devastador para o mal, e estamos apenas começando a testemunhar seu impacto sobre o cenário mundial”.
Eric Schimidt,
presidente do Google e Jared Cohen, diretor do Google Ideas, no livro A Nova Era Digital
Qual o limite entre a vida privada e a vida profissional? Até que ponto o gestor pode influenciar na vida do seu colaborador sem ultrapassar a linha tênue da privacidade?
O que já não era fácil de tratar, acaba ficando ainda mais complexo atualmente com a enorme abrangência das redes sociais. A prática de compartilhar, por exemplo, fotos dos momentos de lazer e descontração, em princípio, privados, pode criar “saias justas” tanto para os profissionais como para as organizações a que pertencem. Ainda mais em épocas de festividades como natal e carnaval, por exemplo. O que antes tinha o poder de virar apenas conversas de corredor, hoje toma uma proporção muito maior com o rápido poder de abrangência do Facebook, Twitter, Instagram, etc.
A complexidade e a sutileza da situação além dos consequentes desafios para a gestão resultam de duas dimensões, simultaneamente complementares e conflitantes: (1) de um lado, a importância de cuidar da imagem da empresa e a necessidade de orientar gestores e equipes em relação a posicionamentos, atitudes e comportamentos necessários para reforçar e dar solidez aos atributos desejados para a imagem do produto e/ou dos serviços, assim como para a imagem institucional da empresa/organização; (2) de outro, os direitos individuais de cada integrante das equipes, especialmente reforçados se em espaços formalmente fora da empresa ou claramente privados.
Quanto se trata de imagem, porém, os limites físicos, espaciais e objetivos não são nítidos e podem se misturar com o espaço imaginário. Diante de uma situação de fato como, por exemplo, a publicação numa rede social de uma foto de um colaborador considerada comprometedora pela organização na qual trabalha, é perfeitamente legítimo que o gestor converse com o seu gerenciado, no pleno exercício de gestor da imagem/marca institucional, solicitando a ele que retire a foto.
Mesmo legítimo, essa atitude é algo muito exigente: o modo de falar, a proporção a ser dada e as consequências definidas podem ajudar a resolver a situação criada e, até, prevenir outros problemas ou podem, ao contrário, se desdobrar em dificuldades maiores ainda. Ponderação, cuidado com a abordagem e prudência nas consequências são boas recomendações. Mas o tema, como dito antes, é complexo e, por conta disso, será tratado em próximos números da coluna Gestão Mais.
O Gestão Mais é uma coluna da TGI na revista Algomais. Leia a publicação completa aqui: www.revistaalgomais.com.br.