“Qualquer coisa, escrita por qualquer um, com qualquer nome na etiqueta, pode ser lançado no ciberespaço e, em questão de horas, ser lido por multidões ao redor do mundo”.

Mary Schmich, jornalista norte-americana do Chicago Tribune

Em tempos de intensa conectividade, nossa imagem, cada vez mais, é construída por tudo o que fazemos, escrevemos e deixamos de registro na rede. Mas, apesar de toda a facilidade trazida pela web – compartilhamentos, a todo instante, de milhões de ideias e conteúdos – é fundamental ficar atento ao modo como estamos utilizando a rede para não deixar sair pelo mundo virtual o que podemos não querer ver depois.
Segundo a jornalista do jornal Chicago Tribune, Mary Schmich, que virou web-celebridade por conta da falsificação de que foi vítima – ela é a verdadeira autora do famoso texto sobre o filtro-solar, que virou uma espécie de filosofia popular do bom senso e foi atribuído erroneamente ao americano Kurt Vonnegut – quando o poder da palavra se junta ao poder da web, cria-se uma força maior do que tudo o que já vimos.
Um dos grandes exemplos que temos do poder que a internet tem de disseminar informações, sejam elas falsas ou verdadeiras, é o caso da entrevista que o traficante Marcola “concedeu” para Arnaldo Jabor em 2006. Nela, o jornalista cria uma matéria fictícia, um diálogo com o traficante onde afirma que o Brasil não tem mais jeito, que estamos vivendo em um inferno e que até parlamentares estariam envolvidos com o tráfico de drogas. Muita gente não percebeu que se tratava de apenas mais uma crônica do autor e, rapidamente, o texto correu a internet e é, até hoje, compartilhado e discutido como se fosse verdadeiro.
E é com este poder de disseminação instantânea e com a possibilidade de um arquivamento eterno na web, que devemos estar atentos, seja no campo pessoal quanto no corporativo. É preciso ter cuidado não somente com os textos ou opiniões postados. Fotos e vídeos que deveriam ficar reservados também podem cair na rede e causar danos à integridade do internauta.
Assim, tenha cuidado. Poste conteúdos que elevem a sua imagem e não o contrário. Isso vale para qualquer pessoa, seja ela funcionária, empresários, professores, jornalistas, independente da atividade profissional. Um dos maiores bens que temos é a reputação. E se não cuidarmos, poderemos vê-la ser manchada, talvez de forma indelével, por comentários indevidos na internet.
Uma regra de ouro para isso é aquela copiada de outra do tráfego, sobretudo em estradas perigosas, que já deve ter salvado milhões de vidas: “na dúvida não ultrapasse”. Na dúvida, não poste! Pelo menos na hora da dúvida. Deixe para analisar depois, fora do momento de impulso. Isso pode fazer a diferença entre a vida e a morte de uma reputação pessoal ou institucional.
O Gestão Mais é uma coluna da TGI na revista Algomais. Leia a publicação completa aqui: www.revistaalgomais.com.br.