por Francisco Cunha, sócio da TGI Consultoria em Gestão
No que depender de nós, teremos, no mínimo, mais 100 números com o mesmo firme compromisso de excelência que nos guiou até aqui.
Escrevo este artigo com um misto de alegria e esperança. Alegria pelos 100 números da revista Algomais e esperança pelo fato de, após defender o diálogo como única alternativa para ir além dos impasses do Cais José Estelita, ter visto um início real de negociação suceder a turbulência que parecia encurralar tudo e todos num beco sem saída.
De fato, do lugar de quem participou desde a ideia inicial da revista até a centésima edição, fico sem caber em mim de felicidade pela trajetória bem sucedida e pela certeza de que a Algomais, ainda que modestamente, já faz parte da história da imprensa escrita em Pernambuco. Na condição, portanto, como o antigo Repórter Esso, de “testemunha ocular” desta história, posso afiançar a seriedade editorial e comercial da revista e, como consequência, me orgulhar (e muito!), tanto pessoal quanto empresarialmente (pela TGI Consultoria), de participar deste projeto vitorioso. Longa vida, então, à Algomais! No que depender de nós, teremos, no mínimo, mais 100 números com o mesmo firme compromisso de excelência que nos guiou até aqui.
Sobre o Estelita, minha esperança é a de que o processo se mantenha no trilho do diálogo e que se consiga, com isso, avançar em melhorias do projeto para a cidade. Uma das já anunciadas que me parecem indispensáveis é a saída reta da Avenida Dantas Barreto no Cais José Estelita dando, finalmente, um sentido que ela nunca teve, tirando o Bairro de São José de sua atual condição de isolamento e permitindo que o bairro, finalmente, possa ter acesso à Bacia do Pina.
Hoje, São José estanca, literalmente, junto com o fim da Dantas Barreto, no muro do terreno da antiga Rede Ferroviária que separa o bairro do Cais José Estelita e da frente de água da Bacia do Pina. Nada mais justo, portanto, que neste momento de esforço de aperfeiçoamento, se encontre uma forma criativa de fazer a avenida seguir reta em frente e atingir o Cais, salvando São José da morte pela “asfixia” urbanística. Com isso, teríamos na ilha de Santo Antônio e São José, na Mauritsstad de Maurício de Nassau, um boulevard nos moldes do Champs Elisées em Paris e das Ramblas em Barcelona, saindo da Praça da República, da frente do Palácio do Governo, e desembocando na frente de água do Pina numa nova praça comemorativa dos 500 anos do Recife. Um boulevard de praça a praça que requalifique a ilha e dê ao centro de nossa cidade uma avenida-jardim de classe mundial.
Vamos lá! O Recife precisa muito de uma solução generosa do tipo. Não podemos perder a oportunidade de fazer do limão do conflito uma limonada urbanística redentora do nosso belo centro tão sofrido!
*Artigo publicado na edição 100 da revista Algomais (www.revistaalgomais.com.br).