Em uma era de tecnologia a favor da otimização do trabalho, na qual máquinas são programadas para atuar de forma rápida e precisa, aumentam as cobranças pelo desempenho dos empregados em suas funções. Requerer rapidez, pontualidade e precisão nos resultados, sempre e em qualquer circunstância, porém, ultrapassa os limites da capacidade humana, inevitavelmente falível. Por isso, é preciso ter muito cuidado para que o setor de recursos humanos não seja um instrumento para tentar produzir pessoas com um nível de produtividade, precisão e excelência que nem seriam mais humanas.
Pode-se observar, cada vez mais, que muitos profissionais, especialmente os mais reconhecidos, ocupam grande parte de seus dias a serviço das empresas para entregar resultados. Para alcançar os números almejados, muitos deles esquecem intervalos de descanso ou horário para refeições e mergulham numa carga de trabalho exaustiva para atingir altos níveis de produção. O resulta-
do evidencia o efeito paradoxal desse mecanismo: profissionais sobrecarregados, estressados, que não se cuidam, nem física nem psicologicamente. A moeda de troca pode ser, por exemplo, a esperança de receber
um bônus financeiro que, por suposto, possa compensar o desgaste físico e emocional.
Diversas iniciativas, como o Great Place To Work por exemplo, vêm premiando e dando notoriedade às
empresas que se destacam no cuidado com seus empregados. Inúmeros estudos comprovam a correlação entre um bom ambiente de trabalho e o resultado da produção das equipes, com impacto sobre a percepção do cliente em relação à qualidade da empresa e do serviço prestado.
Manter um ambiente de trabalho confortável, com benefícios estimulantes, clima de diálogo e respeito a opiniões e iniciativas, qualifica o vínculo do empregado com a empresa e legitima as lideranças. Cuidados básicos, como regular as jornadas de trabalho para favorecer práticas saudáveis, criar espaços físicos para descanso e convivência, ou permitir flexibilidade da carga horária para cuidados com a saúde própria ou de familiares dependentes ou, até, para melhor aproveitar feriados, são muito importantes no que vem sendo chamado de humanização dos ambientes de trabalho.
Em tese, seria redundante falar de humanização. Iniciativas que promovam bem-estar se refletem na qualidade do que é produzido e na imagem da corporação e são, por isso, posicionamento empresarial essencialmente estratégico. Seus efeitos (empregados satisfeitos, sorridentes, felizes e produtivos) são, sem nenhuma sombra de dúvidas, fator de sucesso para qualquer empresa.
O Gestão Mais é uma coluna da TGI na revista Algomais. Leia a publicação completa aqui: www.revistaalgomais.com.br