por Tiago Siqueira, sócio da TGI Consultoria em Gestão
Com um trabalho bem-feito, é possível manter a empresa no rumo do crescimento mesmo no período de turbulência
O planejamento estratégico deve servir de base orientadora para a organização poder chegar ao futuro que pretende. O sucesso da sua formulação será fundamental para mantê-la dentro do rumo. Por isso é importante que, ao final do processo de formulação, o planejamento seja consistente e adequado ao que se quer e que tenha aderência ao ambiente em que a organização está inserida. Além disso, é essencial que todos os setores da organização estejam falando a mesma linguagem e caminhem num mesmo direcionamento.
Considerando essa questão, é importante que, antes de concluir a formulação de um planejamento estratégico, sejam feitas algumas análises de consistência: a) se as prioridades definidas estão dando conta do que foi identificado na avaliação estratégica; e b) se as estratégias setoriais estão alinhadas com as orientações estratégicas gerais da organização.
a) Prioridades Estratégicas em Sintonia com a Avaliação Estratégica:
A partir da realização da avaliação estratégica (a famosa matriz Swot, em que se faz uma reflexão estruturada sobre as oportunidades, ameaças, forças e fraquezas da organização), consegue-se identificar com maior clareza quais são os principais pontos que poderão ajudar a organização a avançar no desenvolvimento da sua
estratégia e, com isso, definir prioridades que sejam mais apropriadas ao que de fato se deve focar no dia a dia. No entanto, na prática, isso pode não acontecer dessa forma. Muitas vezes não se faz uma análise de consistência entre a avaliação estratégica e as prioridades estratégicas definidas.
Além disso, devido à dinamicidade do ambiente de negócios e à velocidade com que as coisas acontecem e mudam, “esquecer” os conteúdos da avaliação estratégica durante o período de execução do planejamento talvez seja um erro gerencial. É importante sempre verificar se a avaliação estratégica feita continua adequada ou se houve algum dado novo, seja no ambiente externo ou interno, e se por isso precisa ser atualizada. Se isso acontecer, é imprescindível também atualizar o planejamento, mesmo que ainda não esteja nesse “momento” (no período de fechamento do ciclo de planejamento para avaliação e reprogramação para o ciclo seguinte).
b) Estratégia Setorial Conectada às Orientações Estratégicas Gerais da Organização:
O planejamento estratégico é singular à organização. A depender do seu negócio, tamanho ou necessidade, a metodologia do processo de formulação do planejamento poderá variar e deverá ser revista para, com isso, atender da melhor forma ao objetivo que se pretende.
Porém, há casos, principalmente nas organizações de maior complexidade e tamanho, em que será preciso fazer um desdobramento da estratégia geral em estratégias setoriais. Na sua essência, todas essas estratégias setoriais deverão ter uma sintonia fina com a estratégia geral (ou seja, atingir o conjunto de prioridades setoriais significará, ao final do ciclo de planejamento, que a organização conseguirá atingir a sua estratégia).
Para esses casos, a construção do planejamento estratégico precisa de uma atenção mais cuidadosa. É preciso seguir uma metodologia adequada para garantir a consistência das informações que serão desenvolvidas, mas o básico a ser seguido deve ser da seguinte maneira: formular orientações gerais da organização,
que servirão de fio condutor para permitir a elaboração de todas as demais estratégias setoriais. Após essa elaboração, todos os setores deverão desenvolver as suas. Com isso, os desafios, as prioridades e as metas setoriais estarão sendo formulados considerando o objetivo macro da organização.
Ao final do processo de planejamento, deve-se validar o resultado com todos os envolvidos e combinar a sistemática de monitoramento, que certamente terão colegiados apropriados para acompanhar cada pauta.