Mesmo em um momento de crise, cresce o número de pessoas que decidiram empreender. Só em Pernambuco, segundo dados da Junta Comercial, mais de 31 mil novas empresas foram abertas desde janeiro. Diante desse cenário, o consultor e sócio da TGI, Fábio Menezes, ministrou, no dia 14 de setembro, a palestra “Os primeiros passos para a abertura de um negócio”, em evento promovido pelo Workhall Coworking em parceria com o Shopping ETC.
Um fator que contribui para o surgimento de novos empreendimentos, segundo Fábio, seria o aumento do número de demissões, a necessidade de compor a renda ou mesmo aproveitar uma oportunidade de negócio. Entretanto, a maior parte dos empreendedores tem dificuldade de dar os primeiros passos e atingir bons resultados. “Muita gente investe a verba indenizatória da demissão na abertura de um negócio, mesmo sem conhecer o segmento escolhido e sem fazer o planejamento adequado. As pessoas muitas vezes resolvem empreender baseadas em um desejo ou identificação com alguma área, mas esquecem de avaliar se a ideia pode realmente se transformar em algo lucrativo”, alerta.
De acordo com o consultor, não existe uma fórmula mágica para fazer um negócio dar certo. No entanto, seguir alguns passos pode aumentar as chances de sucesso. “A primeira atitude é analisar bem o mercado, pois empreender num ambiente hipercompetitivo exige uma estruturação empresarial consistente. Nesta etapa, é importante estudar a concorrência, as ameaças e oportunidades. Pesquise e entenda o mercado em que sua empresa irá atuar. Vá a campo, use a internet, faça entrevistas, converse o máximo possível”, orienta Fábio.
A partir daí, será possível estruturar um projeto empresarial que deve definir a identidade do negócio, qual será seu público-alvo e seus diferenciais competitivos. “Neste ponto, defina com clareza quem é a empresa e seus princípios básicos de funcionamento. Não se esqueça de responder a pergunta ‘como vou ganhar dinheiro?’”, completa o consultor. Com um projeto bem estruturado, é hora de pensar em um planejamento estratégico, com definições claras dos objetivos de médio e curto prazo, além da escolha adequada das prioridades para o início do negócio.
Por último, é necessário elaborar um orçamento realista, que englobe os custos para implantação do negócio (infraestrutura, equipamentos, divulgação, contratação de serviços técnicos como advogado, contador, arquiteto, designer, etc.), além das projeções de receita, despesa e ponto de equilíbrio. “Faça a estimativa do quanto você precisará investir para fazer o negócio funcionar e verifique sua viabilidade, garantindo que você conseguirá bancar o tempo de maturação da empresa até ela comer a dar lucro”, completa Fábio.
Em resumo, não existe um plano perfeito para começar nem será possível controlar todas as variáveis, alerta o consultor. “Estará mais preparado aquele
que estiver sempre pensando de modo estratégico sobre o negócio e fazendo os ajustes necessários em tempo hábil”, finaliza.