A presença feminina nas empresas familiares

Estamos em março, considerado o mês da mulher, e são muitas as pautas ligadas ao universo feminino que são discutidas principalmente durante este período. Uma delas é a questão do estereótipo de gênero quando se trata de mercado de trabalho. É fato que a presença das mulheres no mundo corporativo está cada dia mais forte e a tendência é só aumentar. No entanto, ainda são muitos os desafios a serem superados, inclusive dentro das empresas de formação familiar.
No mercado como um todo, é visível que muitas mulheres estão conquistando espaços mais estratégicas e o destaque que lhes é devido. Porém, ainda há muita estrada a percorrer quando o assunto é a equidade de gênero. E nas empresas familiares, o cenário pode ser ainda mais complicado.
Afinal, estamos falando de negócios onde a figura masculina, desde os tempos primórdios, sempre foi mais presente e atuante nas posições de liderança. Neste contexto patriarcal, as mulheres acabam tendo mais dificuldade de serem escolhidas para cargos de alto escalão.
Além disso, há ainda o estereótipo de “filha do dono” com o qual muitas mulheres se deparam e que as invalida sem sequer considerar pontos como capacitação e competência. Soma-se a esta falta de espaço a falta de voz, ou seja, a dificuldade em expor suas ideias e tomar decisões sem serem questionadas ou desautorizadas.
Por outro lado, a experencia mostra que são muitos os benefícios alcançados quanto existem mulheres em posições estratégicas não só nas empresas familiares, mas em qualquer negócio. Isso porque as profissionais do sexo feminino tendem a priorizar a sustentabilidade e o crescimento de longo prazo em detrimento de ganhos de curto prazo, enquanto homens costumam ser mais imediatistas.
Observa-se também que as mulheres apoiam mais a inclusão, pois elas não se sentiram incluídas em algum momento de suas vidas e, de modo geral, são mais resilientes e têm mais sabedoria emocional do que os homens, para além da capacidade técnica, o que torna as decisões mais assertivas.
Fato é que o mercado já percebeu o potencial da força de trabalho feminina, mas o caminho ainda é longo, principalmente quando falamos de negócios e famílias mais tradicionais. É preciso que as mulheres sigam firmes e insistentes na luta, ocupando cada vez mais espaços e mostrando que são essenciais para a roda econômica do país.

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