Pessoa certa no lugar certo

Embora a expressão seja um lugar comum, uma das coisas mais difíceis da gestão contemporânea é fazer com que a pessoa certa ocupe o lugar certo nas equipes de trabalho e nas organizações. O que vemos com muita freqüência é, justamente, o oposto: ou a pessoa errada no lugar certo ou a pessoa certa no lugar errado.
Acertar a pessoa no lugar onde possa render mais para a organização e para ela própria é uma equação cuja responsabilidade pela resposta correta é do gerente. Ninguém mais pode fazer isso por ele. E o pior: não existe uma receita segura. Testes de personalidade ou potencial, entrevistas psicológicas, mapeamentos de competência, avaliações de desempenho, embora possam ajudar (uns mais, outros menos), fazer a coisa certa depende, em última análise, da sensibilidade gerencial.
Todavia, apesar da dificuldade, existem alguns aspectos que, adequadamente observados, podem ajudar. São eles: a capacidade atual ou potencial da pessoa; a vontade dela para assumir as responsabilidades; sua disponibilidade de tempo para dar conta dos desafios; a confiança que inspira e a sua sintonia com os valores da organização; e, por fim mas não menos importante, sua ética. A seguir algumas frases que ajudam a ilustrar cada um desses requisitos.
1) CAPACIDADE 

“Não há pessoas que não sejam capazes de fazer mais do que pensam que podem.”

Henry Ford, no Livro “O Gerente Instantâneo”, Cy Charney, Record, 1994, Rio de Janeiro

2) VONTADE 

“.. não é a inteligência, mas a vontade, que impõe a verdade.”

Miguel de Unamuno, citado por Roberto Ziemer no livro “Mitos Organizacionais O Poder Invisível na Vida das Empresas”, editora Atlas, São Paulo, 1996

3) DISPONIBILIDADE 

“… tempo livre se faz, não se encontra.”

Henry Mintzberg, “The Manager’s Job: Folklore or Facts”, Harvard Business Review, julho/agosto 1975

4) CONFIANÇA 

“Você nunca deve confiar numa pessoa que não consiga entender.”

Jack Trout, consultor norte-americano, Exame, 24.03.99

5) ÉTICA 

“Profissional de talento é aquele que soma 2 pontos de esforço, 3 pontos de talento e 5 pontos de caráter.”

Roland Barthes, 1915-1980, sociólogo francês, coluna de Joelmir Beting

É claro que não se deve querer que a pessoa a ser escolhida para o lugar certo preencha plenamente todos os requisitos. Estamos falando de pessoas reais, de carne e osso, não de candidatos ao Oscar de efeitos especiais. Mas uma coisa é certa: se algum desses requisitos for zero ou nulo são muito elevadas as chances de fracasso na tentativa da ocupação bem feita do lugar certo. A ponderação adequada depende de um esforço permanente de avaliação do gerente. Não é fácil de fazer mas não pode deixar de ser tentado.

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