Não engrossar a crise

    AS FALHAS NA GESTÃO POLÍTICA DE FHC
    FHC está pagando o preço da falta de coordenação e de liderança: não quis bancar as reformas (que o país precisa) com o Congresso que saía (em janeiro), nem com o Congresso que entrava (em fevereiro), quando, presidente recém-empossado, estava na plenitude do poder. Resultado: perdeu o timing. Adiou a reforma tributária para 96; está adiando a reforma previdenciária, não acelera o ritmo das privatizações; se enrola com a reforma do Estado. Com isso, “embolou o meio de campo” e reduziu seu tamanho político.
    HÁ QUEM APOSTE NA CRISE
    Quem conhece as deficiências políticas de FHC não precisa necessariamente investir na crise. Porque isto significa trabalhar contra o País. Mas tem quem o faça: os especuladores e os ineficientes. Os especuladores investem na crise porque o ambiente de tensão econômica e social favorece os movimentos especulativos. E os ineficientes investem na crise porque os ganhos, no ambiente inflacionário, apenas aparentemente dispensam os ganhos de eficiência. Eficiência dá trabalho, muito trabalho.
    O QUE É PRECISO FAZER
    A atual conjuntura política e econômica, para o observador isento mas comprometido com o país, admite duas considerações. Primeira: a atitude de não engrossar a voz dos que exercem a crítica vã que pode esconder propósitos de especulação e ineficiência. Segunda: a ação de trabalhar na linha da modernização e da eficiência empresarial, com consciência de compartilhar os destinos coletivos de uma Nação, porque os gestores econômicos do Governo ainda dispõem de recursos objetivos para controlar a economia e colocar o país no rumo do desenvolvimento sustentado.
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