Atuar no essencial e inovar

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    “A única vantagem competitiva sustentável provém de se inovar mais do que os concorrentes.” James Morse, consultor americano, citado por Tom Peters no Livro “Tempos Loucos Exigem Organizações Malucas”, Editora Habra

     Inovar mais do que os concorrentes exige dedicação intensa ao que é essencial do negócio que se toca. Dedicação ao que modernamente se chama de “core business”, a natureza principal, “o coração duro” do negócio.

     Muitas empresas em tempos recentes, antes da maior abertura da economia do país à concorrência internacional, se concentraram em atividades acessórias, não essenciais à natureza dos seus negócios. Isso prejudicou e continua prejudicando muita gente que terminou perdendo o foco de sua ação. Hoje, observa-se uma espécie de volta à competência essencial (“core competence”), ao que se sabe fazer bem, deixando o resto de lado ou terceirizando o que for insumo importante. O que não quer dizer que a empresa não possa diversificar suas atividades mas, sim, que cada negócio deve ser administrado de modo gerencialmente transparente e, tanto quanto possível, financeiramente independente.

     Exemplo marcante disto é a fábrica de ônibus e caminhões montados pela Volkswagem na cidade de Rezende (RJ), já funcionando em fase experimental (ver a respeito Conjuntura & Tendências nº 40). Lá, está sendo implantado, de modo pioneiro no mundo, o conceito de consórcio modular que, na prática, terceiriza a linha de montagem, trazendo o fornecedor para dentro da fábrica. O negócio essencial da Volks, nesta fábrica, é a coordenação do processo produtivo, já que não tem nenhum dos seus 200 empregados (a fábrica tem 1500 trabalhadores) na linha de montagem. De acordo com a revista Veja de 23.10.96, os custos de produção cairão entre 15% e 20% e o tempo de montagem será 10% menor.

     Outro exemplo desta concentração no essencial do negócio, que permite a inovação indispensável à superação da concorrência, é o da Samambaia Empreendimentos Agrícolas.

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    Nos dois casos, da Volks e da Samambaia, o que está sendo feito é a concentração no essencial e a inovação, quebrando paradigmas arraigados (montadora tem que montar, empresa agrícola tem que ter terra), com boas perspectivas de sucesso.