A vitória do melhor preparado

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      Era de 12 para 1 a proporção das apostas em Las Vegas a favor de Mike Tyson na semana anterior à luta com o desafiante Evander Holyfield pelo título dos pesados da Associação Mundial de Box. No início da luta, sábado, 09.11.96, a proporção chegou a 25 para 1. Além disso, 47 dos 48 repórteres consultados em pesquisa do Las Vegas Review – Journal previam a vitória de Tyson.
    No ringue, a história foi outra. Tyson foi derrotado por nocaute técnico no 11º round, dos 12 previstos. Não foi uma derrota qualquer. Quem viu a luta, assistiu um fato inédito: Mike Tyson terminar paralisado e sangrando, a primeira vez na carreira profissional deste lutador de 30 anos, com 46 lutas, 45 vitórias, 39 por nocaute.
    Holyfield dominou a luta desde o 2º round, no 6º derrubou Tyson, no 10º desferiu-lhe uma seqüência de 14 golpes que o levou às cordas e no 11º, depois de 13 golpes seguidos, deixou Tyson sem reação, o que obrigou o juiz a declarar a derrota técnica.
    A grande surpresa foi ver o lutador com mais potência, maior velocidade e um cartel muito melhor perder para um alguém aparentemente inferior. O que aconteceu?
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    Holyfield passou meses revendo todas as lutas de Tyson, estudando seus pontos fracos e planejando como usar melhor seus próprios pontos fortes. Descobriu, por exemplo, que Tyson ganhou a maioria de suas lutas nos primeiros assaltos, e muitas, nos primeiros minutos. Era um corredor de 100 metros rasos, não um maratonista. Quem assistiu a luta viu o que ele fez para neutralizar essa vantagem inicial: não permitiu que Tyson tivesse a distância de que precisava para desferir seus golpes mortais. Depois, usou sua estratégia para minar o fôlego curto do adversário.
    Visto de outro modo: Holyfield elaborou e executou uma estratégia mais eficaz.
    Fazendo uma analogia da luta com a realidade dos negócios, é possível comparar Holyfield a uma empresa que sabe dos seus pontos vulneráveis e tem na preparação e no planejamento as únicas alternativas para conquistar a vitória. Na preparação que consiste no conhecimento próprio e do concorrente e na definição cuidadosa da estratégia de combate.
    No atual ambiente competitivo, o maior pode terminar sendo surpreendido justamente por acreditar que suas vantagens são sufucientes para garantir a perpetuação de sua liderança.
    Os próximos números de Conjuntura & Tendências serão dedicados ao Planejamento Estratégico.