A definição das prioridades

“Não existe vento favorável para aquele que não sabe para onde vai”.

Citação atribuida ao filósofo romano Sêneca por Michel Godet no seu livro “Prospective et planification Stratégique”, Editora Economica, Paris

    A segunda etapa do eixo básico do processo de planejamento estratégico é a definição das prioridades. É nesse momento que se define o rumo que se deve tomar, levando-se em consideração a avaliação estratégica realizada (dos ambientes interno e externo). 
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    Um procedimento que ajuda na definição das prioridades é responder à seguinte questão: o que não pode deixar de ser feito pela empresa para fazer frente às ameaças e às fraquezas e para potencializar as oportunidades e as forças?
    Ajuda mais ainda montar uma matriz de cruzamento das ameaças e das oportunidades detectadas no ambiente externo com as fraquezas e as forças detectadas no ambiente interno. Os cruzamentos mais interessantes de fazer são os representados no gráfico abaixo.
    O cruzamento das ameaças externas com as fraquezas internas caracteriza o desafio da sobrevivência da empresa, enquanto o cruzamento das oportunidades externas com as forças internas caracteriza a capacidade de ataque. O fundamental é perguntar o que não pode deixar de ser feito pela empresa, tanto para garantir sua sobrevivência, quanto para possibilitar uma ação ofensiva eficaz (de ataque). 
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    No planejamento da luta com Mike Tyson, Holyfield tinha como principal ameaça a agressividade inicial do adversário e como principal fraqueza a sua própria potência inferior. A principal oportunidade era o fôlego curto de Tyson e a principal força a sua maior resistência pessoal para uma luta longa. Ao se perguntar sobre o que não podia deixar de fazer diante deste quadro, obteve como prioridade de sobrevivência evitar que Tyson o nocauteasse nos primeiros assaltos. Já a prioridade de ataque era, conseguindo sobreviver aos primeiros assaltos, minar pouco a pouco a resistência do adversário, manter a defensiva e tentar o nocaute no momento mais oportuno. O resultado final provou que a sua estratégia foi melhor concebida e executada.
    No próximo número, Conjuntura & Tendências tratará da terceira etapa do eixo básico do processo, a programação das ações.