Criatividade na gestão

 
Criatividade é uma coisa que todo mundo acha bom recomendar que os outros pratiquem. Mas, haverá uma forma de estimular a criatividade? Talvez não exista um método bem elaborado mas, certamente, existe uma atitude facilitadora.
Não resta a menor dúvida de que a criatividade é imprescindível na vida organizacional e, mesmo, responsável pela sobrevivência da empresa. Peter Drucker, de longe, o mais sábio dos gurus da administração, já disse, de uma forma espantosamente clara  (ver a respeito o C&T número 184, “Marketing e Inovação“) que as duas funções empresariais básicas, as duas que produzem resultados, são marketing e inovação, o resto é custo… Marketing diz respeito à realidade de hoje, inovação diz respeito a produtos e clientes no futuro porque, afinal de contas, produtos morrem e clientes desaparecem… E inovação nada mais é do que o resultado do exercício da criatividade.
Muitas empresas têm departamentos de pesquisa ou pessoas responsáveis pela inovação. Mas, mesmo quando isso acontece, por si só não garante muita coisa. A história das empresas bem sucedidas fornece uma lição muito clara: conseguem sobreviver e avançar aquelas onde há liberdade e estímulo disseminado (e não restrito a uma área ou pessoas, por melhores que sejam) para ousar, para inventar, para criar. Nas empresas onde as pessoas são passivas, apenas “cumpridoras” de ordens, onde “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, o futuro é demasiadamente incerto.
Estimular a criatividade, mãe da inovação, é uma responsabilidade eminentemente gerencial, sobretudo do ponto de vista “micro.” O estímulo cotidiano da criatividade tem tudo a ver com o exercício da atitude “pedagógica” do gerente. Não há quem não seja capaz de ser criativo. Uns serão mais, outros menos, dependendo de talentos individuais, de estímulo social, de força de vontade, mas rigorosamente ninguém é incapaz de ser criativo. Basta dar uma espiada no que as pessoas consideradas não criativas fazem fora do trabalho, em suas vidas privadas…Pode-se não ter oportunidade no trabalho… mas inabilitado… não há quem seja. É aí, então, na responsabilidade pela criação das oportunidades, que entra o gerente enquanto “pedagogo organizacional” que é.

“Todas as criaturas humanas possuem as habilidades que produziram um Willian Shakespeare, um Leonardo da Vinci ou um Albert Einstein. Claro: há uma diferença significativa entre esses gênios imensos e as outras pessoas mas é uma diferença somente de grau (…) embora a criatividade não seja uma coisa que possa ser ensinada, o que se pode aprender são maneiras de desenvolver hábitos e condutas de pensar que fazem aparecer a capacidade criativa latente em todas as pessoas.”

Roberto Duailibi & Harry Simonsen Jr. na nova edição de “Criatividade & Marketing”, um bom livro sobre o tema, Makon Books, 2000, São Paulo

É preciso, em primeiro lugar, estar imbuído da responsabilidade de estimular e ter paciência. Não adianta nada pedir para a pessoa exercitar a criatividade, verificar que o resultado do exercício não saiu a contento e dizer “deixe…”, levando o trabalho para fazer de madrugada em casa… Isso é pior do que não estimular. Outro procedimento facilitador é fazer como recomendava o general norte-americano George Patton: “nunca diga às pessoas como fazer as coisas. Diga-lhes apenas o que quer que elas façam e ficará surpreso com sua engenhosidade“.

Programa de Desenvolvimento Gerencial

O Instituto de Tecnologia em Gestão (INTG) está iniciando dia 24.02.2000 sua nova turma do PDG – Gestão Estratégica como Instrumento de Competitividade . Coordenação de Cármen Cardoso. Vagas limitadas. Informações pelos telefones: 81.4274513 e 4271740.