Antes da cerimônia de entrega do Oscar no domingo 07.03 ainda dá tempo de ver o filme e a grande interpretação do candidato a melhor ator Morgan Freeman no papel de Nelson Mandela
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Ainda neste número vale a pena repercutir um pouco, como fizeram os leitores, o tema do Gestão Hoje anterior (GH/783) sobre o filme “Invictus” de Clint Eastwood acerca de Nelson Mandela e sua insistência em não só evitar a descaracterização do time de rúgbi da África do Sul como fazer com que ele, mais do que orgulho para os brancos, fosse também objeto de orgulho para os negros. Com esse objetivo teve que trabalhar bastante para que o sentimento de vingança não fosse exercitado. Nesse particular, o exemplo da África do Sul pode até ser usado como parâmetro para a nossa realidade brasileira como fez o leitor do Gestão Hoje.

“Assisti o filme e a análise esta corretíssima. Fico preocupado que o desejo da ‘verdade’ não crie dificuldades em nossa jovem ‘democracia’.”

Marcos Maciel, leitor do Gestão Hoje
Refere-se ele à recente tentativa de setores ligados ao governo federal que andaram tentando rever a anistia ampla geral e irrestrita posta em prática no Brasil depois da fase mais dura do regime autoritário implantado no país depois de 1964. Mandela mostrou na realidade, e Clint Eastwood no cinema, que o desejo de vingança não contribui em nada quando o assunto é (re)construir um país.

“Pra mim a principal cena do filme é quando Matt Damon – o capitão do time – reflete, dentro da cela, onde Mandela esteve preso, sobre: ‘como um homem que ficou ali 27 anos, não desejava vingança?’. Seu amor pela África do Sul foi maior do que suas questões pessoais!… e isso não é pra todo político, não,… isso é pra quem é ‘um Mandela!’.”

Ronaldo Farias, leitor do Gestão Hoje
A chave para enfrentar a situação em que praticamente todos estavam numa posição contrária à sua foi o exercício da liderança proativa e inspiradora em prol de uma causa maior.

“Sem dúvida, um belo filme. (…) em especial por mostrar como clareza e precisão na identificação do real problema  fazem com que uma liderança seja capaz de enfrentar seus próprios aliados, bem como de correr/assumir todos os riscos inerentes à decisão, num momento crítico e de afirmação/busca de legitimidade, definindo foco e estratégias adequadas à situação.”

Iana Passos, leitora do Gestão Hoje
A observação do exercício desse liderança é, com certeza, o melhor benefício do filme. Afinal, estamos lidando com a liderança (seja liderando seja sendo liderado) todos os dias em casa, no trabalho e em outras atividades. Até jogando rúgbi como é o caso do filme…

“O maior motivo para ver Invictus é entender a nós mesmos, nossa força ou limitação, sós ou em equipe. Perceber com mais clareza o jogo cotidiano da liderança, em casa e no trabalho (…) qualquer ser humano sabe quando está diante de um líder que o inspira a ser melhor do que é na realidade. Invictus é sobre isso. Sobre o poder da inspiração. Num jogo, numa conversa, numa vida ou na condução de um país.”

Ruth de Aquino, revista Época
O líder verdadeiro inspira pelo exemplo e pela convicção em relação ao melhor caminho a seguir como fez Mandela com o capitão, com o próprio time e quando apareceu, no dia da decisão da copa do mundo de rúgbi, no estádio superlotado, com a camisa e o boné do time, antes identificado apenas com a minoria branca. Forte candidato ao Oscar de melhor ator, Morgan Freeman dá um show de interpretação no papel de Mandela. Para quem ainda não viu, dá tempo de conferir antes da entrega do Oscar no domingo 07.03.10.