O papel do líder na crise

“As empresas não precisam de chefes neste
momento, precisam de líderes.”

Nizan Guanais.

Acrise infelizmente continua em pauta: na política, na economia, na vida dos cidadãos e nas empresas. E se essa é a ordem do dia para todos, é preciso pensar em como ultrapassar a conjuntura adversa, de preferência, saindo dela melhor do que entrou.

Analisando o contexto, hoje, evidencia-se que parte da crise tem um fundamento subjetivo. Além dos óbvios problemas políticos e dificuldades econômicas, a crise é também de credibilidade, de abalo na confiança, de legitimidade, em suma, é uma crise de liderança. Por isso que, nesta hora exigente, o papel do líder, do “piloto”, é simplesmente fundamental.

Fora das comédias pastelão do tipo “Apertem o cinto, o piloto sumiu”, o piloto não pode sumir, assim como o general não pode fugir e deixar a tropa lutando só, nem o comandante pode abandonar o barco que periga afundar.

Ações rápidas, criatividade e busca por escolhas acertadas são características que consolidam a liderança durante a crise. Ser exemplo de garra, de enfrentamento das dificuldades, de esperança, de confiança em que é possível encontrar oportunidades e de atitudes equilibradas. Três verbos sintetizam o que se pode esperar do desempenho de um líder na crise:

1. AGIR – Tomar decisões rapidamente, sem adiá-las, sem se deixar paralisar pelas notícias negativas que assustam o mercado. Agir na hora certa pode fazer toda a diferença no momento de executar o que já estava planejado. E, sempre que possível, testar coisas novas, buscar soluções usando a criatividade e desafiando a ortodoxia.

2. COMUNICAR – O líder não pode deixar de informar, esclarecer, antecipar. Preservados os limites de privacidades essenciais, explicitar e debater, fatos, tendências, decisões. Qualquer que seja o teor da informação – boa ou ruim – para a equipe, o melhor é saber pelo líder.

3. SUSTENTAR – É fundamental também preservar valores e princípios, manter os cuidados que diferenciam a empresa nas relações internas e externas e reforçar a visão de futuro que, de preferência, deve mirar além da crise.

É esperar demais? Talvez até seja. Mas ser líder cobra o custo de ser o destinatário de expectativas, de ser responsável por manter o time animado, de disseminar a confiança no futuro, de representar e sustentar os fundamentos da competência da empresa. De, no extremo, ser a diferença entre superar a crise ou sucumbir a ela.

O Gestão Mais é uma coluna da TGI na revista Algomais. Leia a publicação completa aqui: www.revistaalgomais.com.br