Ainda é muito freqüente encontrar padrões gerenciais que enfatizam a centralização das decisões e o controle das pessoas pela via do estabelecimento de um rígido padrão disciplinar. E, quando algo não acontece como previsto, a providência é caçar culpados.
Esta é uma tendência em declínio, pois caçar culpados não resolve problemas de desempenho empresarial. Pode livrar alguns de assumirem seus fracassos e dificuldades mas não produz resultados efetivos.
Essa incapacidade de resposta se expressa na realidade concreta do dia-a-dia das organizações onde os controles preestabelecidos ficam à mercê do comando dos decisores e da obediência e submissão dos executores. Para regras “claras”, “bem definidas” e até descritas em manuais, existem práticas que não seguem os procedimentos, boicotes ativos e resistência passiva.
Atualmente, as transformações que vêm acontecendo no país, o acesso mais fácil a novas informações, o avanço da consciência de cidadania e a implantação de práticas gerenciais baseadas na terceirização, na participação (inclusive nos resultados) e no desenvolvimento da autonomia dos empregados, têm estimulado a construção de uma nova cultura empresarial.
Essa nova cultura se baseia na responsabilidade, na desconcentração do poder, nas oportunidades de participação e na negociação. O resultado da conjugação desses elementos é a construção de empresas e organizações mais competitivas e de pessoas mais responsáveis, mais comprometidas com a organização e com sua auto-realização, pessoal e profissional.
As organizações devem, cada vez mais, procurar basear sua conduta na responsabilidade, no compromisso e na negociação e, cada vez menos na culpa, na obediência passiva e na imposição. Culpa e obediência passiva causam improdutividade, mobilizam boicotes silenciosos e, o que é mortal, induzem a perda de competitividade em ambiente de acirradíssima concorrência.