 Diante dos 3.000 empresários que foram, semana passada, ao Encontro Nacional da Indústria em Brasília, reivindicando mudanças na política econômica, o Presidente Fernando Henrique disse que as coisas vão continuar como estão porque “não há um único indicador preocupante na área macroeconômica”.
    Diante dos 3.000 empresários que foram, semana passada, ao Encontro Nacional da Indústria em Brasília, reivindicando mudanças na política econômica, o Presidente Fernando Henrique disse que as coisas vão continuar como estão porque “não há um único indicador preocupante na área macroeconômica”.
    O discurso dos responsáveis pela política econômica do governo continua o mesmo: o câmbio continuará valorizado e o juros (“assassinos”) continuarão altos, ainda que em queda lenta, enquanto não for possível lançar a âncora fiscal que depende, por sua vez, das reformas constitucionais.
    Por ironia do destino, logo após a entrega da reivindicação formal por maior rapidez nas reformas, feita pelas lideranças empresariais em caravana (vindas do encontro com o Presidente da República), aos Presidentes da Câmara e do Senado, a votação do segundo turno da Reforma da Presidência terminou com três derrotas acachapantes impostas pela oposição e pelos dissidentes da base de apoio ao projeto do governo.
    Com isso, amplia-se o pântano das reformas e o tempo vai-se esgotando rapidamente.
    Com a popularidade em queda, o presidente precisa desentravar sua estratégia política e romper o círculo de giz das reformas. Precisa, isto sim, ir em frente, com ou sem reformas.
    Enquanto isso não acontece, continua a quebradeira desnecessária de empresas.
    Não há dúvidas que é inevitável o ajustamento das empresas às novas realidades do mercado globalizado e competitivo mas tudo pode e deve ser feito de modo mais sério e menos dramático.
    Destruir capitais e competências empresariais por falta de políticas conseqüentes de desenvolvimento, inclusive regionais, não faz justiça a um governo que foi eleito pela seriedade que inspirava e pelo que acenava de perspectivas de futuro. 
