O perigo e a salvação

“Mas onde há perigo, cresce também o que salva.”

Hölderlin, poeta alemão, 1770-1843

O final de 1997 e o início de 1998 induzem à reflexão de que, do ponto de vista da gestão empresarial, é preciso muita cautela com os próximos meses.
O cenário econômico mais provável é aquele em que, se tudo correr sem surpresas, o primeiro semestre/98 será de dificuldades, com acentuada desaceleração econômica e juros de dar calafrios. Só a partir do segundo semestre é que a barra deve aliviar um pouco por conta da eleição.
Por isso, é recomendável que as empresas concentrem atenção sobre três aspectos essenciais:
1. Caixa
Recorrer continuamente ao mercado financeiro para financiar o giro é atitude de alto risco. A preservação do caixa é, portanto, vital. Falta de lucro é suportável por determinado tempo mas crise de caixa pode matar rapidamente.
2. Cliente
Em época de dinheiro curto, o cliente fica muito mais exigente. Todo cuidado é pouco. Atenção máxima ao comportamento do cliente passa a ser uma questão vital. Se possível, os problemas devem ser prospectados e as soluções antecipadas às reclamações.
3. Futuro
A crise é passageira (toda crise é). As medidas tomadas para passar a fase ruim devem ter em conta que o ideal é a empresa ter condições de sair da ação preventiva viva e com saúde. É preciso fugir da “síndrome cavalo do inglês”: quando estava já se acostumando a não precisar comer, morreu.
Tudo, claro, sem esquecer que a crise não é a mesma para todos. É importante procurar pegar a faca pelo cabo, e não pela lâmina, para utilizar-se dela melhor. Toda crise é prenúncio de mudanças que podem promover avanços. Senão, depois das crises, todos estariam pior e não é isso que a realidade mostra.
Assim como ocorre com o perigo e a salvação, as oportunidades são irmãs siamesas das ameaças.
Neste início de ano difícil, o que se pode desejar de bom, para cada leitor do Conjuntura & Tendências, é que lhe surjam mais oportunidades do que ameaças e os perigos possam ser contornados no caminho da sobrevivência e do crescimento.

                    UM 1998 BEM SUCEDIDO!                    

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