“Se algo pode dar errado, dará.”
1ª Lei de Murphy, criada pelo professor Q. P. Murphy, da Universidade de Yale
Ganhador de 11 dos 14 Oscars para os quais foi indicado na 70ª edição do prêmio, o filme Titanic, produção cinematográfica mais cara da história (mais de US$ 200 milhões), igualou-se ao campeão Ben-Hur em 1959 e vem batendo recordes de arrecadação, tendo já ultrapassado a cifra de US$ 1 bilhão.
O filme, de mais de 3 horas de duração que conta a história da primeira e última viagem do “maior objeto móvel já construído pelo homem”, o RMS Titanic, naufragado nas águas geladas do Atlântico Norte em 14 de abril de 1912, permite uma série de reflexões sobre a realidade empresarial (afinal, o Titanic era um empreendimento), sobretudo considerando as perigosas águas do atual ambiente competitivo.
A principal dessas reflexões talvez seja a relacionada com a Lei de Murphy: em empreendimentos de risco, adotar a postura “paranóica” de que é preciso estar atento a todos os detalhes e a todas as possibilidades de erro é a atitude mais prudente (não esquecer de Andy Grove, presidente da Intel, no C&T 119, “só os paranóicos sobrevivem“). Outras lições podem ser as seguintes:
1.NINGUÉM É “INSUBMERGÍVEL” (não importa o seu tamanho, sempre pode aparecer um iceberg inesperado no caminho).
2.O PIOR SEMPRE PODE ACONTECER (mesmo nas aparentes melhores condições atmosférica possíveis).
3.É MELHOR COMEÇAR A FALAR DAS DIFICULDADES, ASSIM QUE APARECEM OS PRIMEIROS INDÍCIOS (com a notícia de que havia gelo no caminho era imprudente manter a velocidade máxima durante a noite para fazer a viagem transatlântica mais rápida do mundo).
4.OS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA NÃO DEVEM SER NEGLIGENCIADOS, MESMO QUE A CATÁSTROFE PAREÇA REMOTA (foi absolutamente insensato colocar menos barcos de salvamento que o necessário para não atrapalhar a circulação dos passageiros pelo deck).
5.O QUE DEU CERTO NO PASSADO NÃO GARANTE SUCESSO DIANTE DE SITUAÇÕES NOVAS (o comandante, apesar de experiente, nunca tinha feito o percurso num navio tão grande e de resposta mais lenta aos comandos bruscos de mudança de rumo).
Uma sucessão inesperada de erros e negligências provocou uma catástrofe de mais de 1.500 mortos. Do ponto de vista empresarial, o fundamental é precaver-se obstinadamente para que erros inevitáveis não se juntem numa cadeia fatal. Sobretudo, pensar “o que de pior pode acontecer?.” Visualizado o quadro dramático, fazer a segunda pergunta “o que é indispensável fazer para que o pior não aconteça?.” No Titanic, com certeza, não era andar a pleno vapor, à noite, num mar onde foi anunciada a existência de grandes blocos flutuantes de gelo.