China: oportunidade comercial econsiderável risco político a médio prazo
Sucesso absoluto. Foi deste modo que foi classificado pela imprensa nacional o resultado da mais recente viagem internacional do presidente Lula à China continental.
Sucesso absoluto. Foi deste modo que foi classificado pela imprensa nacional o resultado da mais recente viagem internacional do presidente Lula à China continental.
Dizia-se que durante o governo Fernando Henrique Cardoso, as crises que entravam no Palácio do Planalto saíam menores. No governo Lula, acontece, justamente, o inverso: as crises saem bem maiores do que entram.
Depois de dois números anteriores do Gestão Hoje (478 e 479) comentando a última técnica de gestão empresarial chamada Balanced Scorecard (BSC), onde foram destacados os equívocos da novidade, esse terceiro e último número da série dá ênfase aos aspectos positivos do BSC.
A crise de governabilidade em que se viu engolfado o governo Lula, depois que o "torpedo" Waldomiro, de alto poder destrutivo, atingiu em cheio, há pouco mais de dois meses, o seu centro de coordenação política (o ministro da Casa Civil, José Dirceu), tem ajudado a tornar evidente uma outra crise, esta de natureza estrutural. Trata-se da crise de governabilidade que acomete, de um modo geral, o sistema presidencialista no Brasil.
Os versos do poema "A Terra Desolada" , escrito em 1920 por Eliot, não poderiam ser mais adequados ao que está acontecendo este mês, em que o MST jurou pintar de vermelho no Brasil, com repercussões importantes para o governo Lula: guerra de traficantes na favela da Rocinha no Rio de Janeiro; desempregado ateando fogo ao próprio corpo em frente ao Palácio do Planalto; massacre de garimpeiros pelos índios cinta-larga na reserva Roosevelt, em Rondônia; violenta rebelião de presos, com requintes de inimaginável barbárie, no presídio Urso Branco em Porto Velho, também em Rondônia; apreensão de minas terrestres, que nem mais as forças armadas possuem dado seu altíssimo poder de destruição, em poder de traficantes no Rio de Janeiro; invasões de terras, terrenos e prédios por militantes do MST e do movimento dos sem teto, por todo o país.
A metodologia do Balanced Scorecard, a nova moda da gestão empresarial, preconiza, para começo de conversa, a construção de um "mapa estratégico" que orientará a definição do conjunto de indicadores a ser usado na disseminação e no controle da execução da estratégia por toda organização.
Assim como acontece no mundo fashion, o mundo da gestão está sujeito ao assalto periódico dos modismos. Mini saia, saia média ou saia longa? Terno de um, dois ou três botões? Lapela larga ou estreita? Calças boca-de-sino ou tipo pescador? Sapato de bico fino ou largo? Depende. Depende das "tendências" da moda ou do que determinam os mestres da alta costura em suas coleções e nos seus desfiles de estação.
Na semana passada foram divulgados os números que evidenciam o empobrecimento do país em razão da falta de crescimento econômico dos últimos anos: o PIB do Brasil, medido em dólar, caiu da décima segunda para a décima quinta posição no ranking internacional.
Conforme foi comentado no Gestão Hoje da semana passada (número 475), é muito árdua a luta pela sobrevivência empresarial no Brasil em razão, principalmente, da elevadíssima carga tributária (próxima de 40% do PIB, uma das maiores do mundo) e a maior taxa básica de juros do planeta.