O aumento da expectativa de vida é um fenômeno que se tem verificado no mundo todo. Pode-se até dizer que o Século 20 foi o século do aumento da expectativa de vida. No Brasil, passou de 34 anos em 1910 para 69 anos em 2000. Mais do que dobrou, portanto. As causas são várias, desde a melhoria da qualidade da medicina (tanto preventiva, quanto diagnóstica, quanto curativa), passando pelo aumento do conhecimento sobre nutrição, práticas saudáveis, atividades físicas etc. A maioria relacionada ao estilo de vida.
“Estudos mostram que, em termos de longevidade, 53% resultam do estilo de vida: uma atividade física, uma alimentação adequada, o controle do estresse… 17% são fatores genéticos, 20% do meio ambiente e 10% que é a assistência médica. Viver mais ou viver menos? Vai depender essencialmente das pessoas.”
Luis Carlos Silveira, médico, diretor-geral do Kurotel
Não só viver mais mas, sobretudo, viver mais e melhor. Ou seja, ter uma longevidade saudável. Para isso, segundo os estudos citados, mais da metade depende do estilo de vida que levamos. A prática também aponta para o triângulo alimentação-exercícios-estresse como essencial para ser desenvolvido na direção correta.
Alimentação Adequada
Sobre esse item há uma extensa quantidade de publicações e referências, a maioria dando receitas infalíveis para melhoria da nutrição e, sobretudo, para emagrecimento.
As boas práticas, todavia, apontam para a importância do equilíbrio entre a ingestão balanceada de proteínas, carboidratos, vitaminas e sais minerais. No que diz respeito às proteínas, com privilégio às carnes magras. No que diz respeito às vitaminas e sais minerais, com a ingestão cotidiana de verduras e frutas. Evitando-se as gorduras e excessos de açúcar e álcool. Sempre em três refeições principais (café da manhã, almoço e jantar), entremeados de lanches para evitar excessos na hora da alimentação principal.
Atividades Físicas
Também no diz respeito às atividades físicas, existe uma infinidade de referências para todos os tipos de gostos e necessidades. O essencial, todavia, segundo a própria Organização Mundial da Saúde (OMS), é a realização de uma atividade física aeróbica, no mínimo três vezes por semana, meia-hora por dia (a caminhada é considerado o exercício aeróbico ideal). Feito esse mínimo, deve-se ir progressivamente adicionando atividades anaeróbicas como alongamento, musculação, Pilates, etc.
Um teste simples de fazer para saber se estamos abaixo do mínimo indispensável é subir rapidamente um lance de escadas. Se ao chegar em cima, a respiração estiver ofegante, é porque o condicionamento físico está deficiente.
Controle do Estresse
O estresse é uma reação fisiológica própria do organismo animal que foi fundamental para a sobrevivência do homem no alvorecer da humanidade e permaneceu ativo, mesmo depois da vida ter se transferido da floresta para a sociedade. Diante do perigo, o cérebro dispara um “alarme” que provoca uma descarga hormonal na corrente sanguínea responsável pela preparação do corpo para “lutar ou fugir”.
Como a “luta” ou a “fuga” físicas não são bem vindas na sociedade moderna, na quase unanimidade das situações estressantes, a descarga de hormônios se dá sem “gasto” externo. Resultado: sem poder ser “gasta” para “fora”, a energia disparada é “gasta” para “dentro”, prejudicando cérebro, estômago, coração e outros órgãos.
Para uma longevidade saudável, portanto, além de alimentação de qualidade e atividades físicas regulares, é indispensável o adequado controle do estresse.