A hora da governança corporativa

A configuração dos cenários mundial, nacional e estadual tem colocado a Governança Corporativa como um fator de competitividade fundamental para as empresas pernambucanas. Numa época em que três dos principais motores do crescimento mundial – EUA, Europa e Japão – estão, em estágios diferentes, lutando contra crises e enfrentando dificuldades para crescer, os investidores internacionais tendem a procurar outras regiões para aplicar seu capital. Nesse grupo, o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) tem sido uma alternativa de destino para os investidores estrangeiros, com destaque para o Brasil, um dos países que melhor vem escapando da crise mundial. E Pernambuco, que cresce a taxas quase chinesas, mais do que nunca está no foco das atenções.
Com frequência cada vez maior, investidores de outros lugares do Brasil e de outros países querem saber mais sobre o novo ciclo de crescimento de Pernambuco e as oportunidades de investimento. Só na semana passada, a TGI recebeu três instituições internacionais querendo conhecer mais sobre a cultura de negócios em Pernambuco e o dinamismo de alguns setores da economia local.
Esse movimento requer das empresas locais a adoção de mecanismos que permitam sua inserção competitiva nesse cenário global. Para aproveitar as oportunidades que já estão surgindo, é preciso profissionalizar radicalmente a gestão, adequando a empresa aos padrões internacionais. A universalização desses padrões, como já ocorreu, por exemplo, com os modelos contábeis, é, mais do que uma tendência, uma exigência para as organizações que desejam se manter competitivas nesse novo Pernambuco, cada vez mais aberto e integrado ao jogo global.
A Governança Corporativa surge como uma ferramenta essencial nesse processo. O sistema orienta e regula as relações das partes envolvidas no negócio, levando a uma maior segurança dos acionistas e investidores, na medida em que permite um acompanhamento mais cuidadoso dos negócios e garante que o direcionamento dado pelos controladores seja de fato executado. Os valores básicos da governança são a transparência das informações; a ética nos posicionamentos; a prestação de contas acessível, tempestiva e auditável e conformidade com os padrões exigidos. A adoção desse conjunto de práticas faz com que as organizações de controle descentralizado possam se desenvolver de forma sustentada, promovendo o aumento de sua competitividade.
Num ambiente que caminha para a hipercompetição, é essencial desenvolver um sistema de Governança Corporativa que permita, inclusive, o acesso a fontes de recursos e de financiamento mais atrativas e uma estrutura que favoreça a formação de alianças com outros atores. Apenas as empresas que compreenderem e se adaptarem a essa nova realidade do mercado local, ampliado para uma dimensão global, serão capazes de construir o futuro e participar em boas condições competitivas do novo Pernambuco.

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