por Georgina Santos, sócia da TGI Consultoria em Gestão
O Comprometimento dos funcionários está totalmente ligado ao Modelo de Gestão adotado pela empresa.
É muito comum escutar do empresariado lamentações do tipo “Não tenho uma equipe qualificada”, “Falta gente comprometida”, entre outras reclamações. Mas, de fato, percebe-se, em muitos casos, que esse comprometimento, a qualificação, entre outras necessidades, depende muito do modelo de gestão da empresa. Nesse sentido, antes de apontar essas questões como falhas do empregado, vale uma reflexão: o que a empresa e os gestores estão fazendo para ter a equipe desejada?
Para os empregados terem um maior envolvimento com suas funções, por exemplo, é importante que eles se sintam parte integrante da empresa e participem, de algum modo, da construção da estratégia. Sem dúvida, empregados respondem melhor quando se sentem integrados à estrutura corporativa, e não só como “mão de obra”. Mesmo assim, muitas companhias não compartilham suas informações sobre negócios, planos para o futuro, nem são transparentes e criteriosas em suas decisões. E, assim, queixam-se da estagnação e falta de envolvimento da equipe no “fazer crescer” da empresa.
O fato é: não existem profissionais pontos no mercado. O desafio é justamente formá-los. E isso faz parte do papel do gestor. Dá trabalho ter uma equipe envolvida, comprometida e focada em resultados. Mas o gestor precisa estar apto a capacitar, orientar, tratar as dificuldades, disseminar as informações, ouvir as opiniões e ajudar, por
exemplo, diante de demandas de cunho pessoal.
Em algumas situações, o empregado não desenvolve melhor suas funções porque se sente desestimulado ou até mesmo está passando por algum problema pessoal. Não é falta de profissionalismo chegar mais perto do empregado, entender o que está acontecendo e tentar ajudá-lo. Pelo contrário, cuidar da equipe faz parte da atividade gerencial e, além disso, qualifica e consolida o vínculo do empregado com a empresa.
Muitas vezes esses profissionais insatisfeitos projetam seus problemas no trabalho, e isso não é nada bom. Problemas e conflitos sempre vão existir, o que fará a diferença é a forma como a empresa se posicionará diante deles. Deve haver uma mudança urgente na qualidade da relação empresa-empregado, o autoritarismo ainda está muito presente. A figura do senhor de engenho já deveria estar mais que enterrada. As pessoas evoluem, não suportam mais práticas de gestão que espalham medo e não estimulam o desenvolvimento, e a direção das companhias também deve seguir essa evolução.
Deve-se aprender a reconhecer em cada colaborador uma parcela do sucesso da empresa. E não só se limitar a cobranças. Se o termo equipe significa um grupo de pessoas que unem esforços para desempenhar uma tarefa, pensar em individualismos não caberia em qualquer lugar.
Ótimo texto, Georgina. Vou passar para os gestores que conheço.