Atrasar salário não é a solução


Não é o empregador quem paga o salário, mas o cliente.” John Ford, 1863-1947, fundador da Ford.

Diante da conjuntura atual da economia brasileira, as empresas se têm deparado cada vez mais com apertos de caixa e dificuldades para conseguir empréstimos bancários. Esse cenário de crise tem feito com que algumas organizações atrasem os salários de seus empregados, atitude que pode até parecer uma solução momentânea mas que tem potencial de se transformar numa bola de neve e trazer consequências sérias.
O atraso na folha de pagamento pode ser comparado a uma situação muito corriqueira na vida dos brasileiros: o endividamento pelo uso do cheque especial. Por conta da comodidade, muitas pessoas acabam utilizando o crédito oferecido com taxas de juros das mais altas do planeta. E como sabemos, a partir do momento que alguém utiliza o cheque especial pela primeira vez, se livrar dele pode ser um grande problema.
Da mesma forma, as empresas que optam por atrasar os salários como estratégia financeira acabam criando o hábito de contar com aquele “crédito” no começo do mês e não pensam em outras alternativas que possam resolver a questão definitivamente, como avaliar uma possível redução ou redirecionamento da equipe e eliminar gastos menos estratégicos.
A partir do momento em que uma organização não cumpre o acordo básico feito com seus empregados, que é pagar pelos serviços prestados na data previamente estabelecida, o efeito rebote pode ser ainda mais grave. O profissional sente-se desconsiderado, desrespeitado e angustiado por conta dos problemas financeiros reais que terá que administrar… Isso vai resultar em desmotivação e, lógico, queda da produtividade.
A empresa, além de ter que arcar com custos financeiros por conta do endividamento, ainda terá que administrar a perda de credibilidade e do “direito” de cobrar o desempenho das equipes. Além disso, essa situação ainda pode deixar a empresa vulnerável, já que a falta de dinheiro para pagar as contas pessoais, por exemplo, pode levar os empregados ao cometimento de atitudes extremas…
A melhor estratégia de gestão para lidar com a crise ainda é o planejamento e o acompanhamento de perto dos impactos no desempenho financeiro e operacional, inclusive no que diz respeito à conquista de novos clientes. Somente assim será possível visualizar necessidades e possibilidades de cortes em custos e de aumento de receita, visando à retomada do equilíbrio financeiro.
O Gestão Mais é uma coluna da TGI na revista Algomais. Leia a publicação completa aqui: www.revistaalgomais.com.br

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