A avaliação estratégica

A estratégia deve instrumentalizar a empresa mais para fazer as coisas certas (ser eficaz) do que para fazer certo as coisas (ser eficiente).

Formulação construída a partir das observações de Granham J. Hooley e Jonh Saunders no livro “Posicionamento Competitivo”, Editora Makron Books     

    Holyfield, na sua inesperada vitória sobre Mike Tyson, procurou fazer as coisas certas (Ver Conjuntura & Tendências número 95). Para isso, formulou e executou, cuidadosamente, uma boa estratégia. Segundo a revista Veja de 20.11.96, ele fez esse trabalho de preparação junto com uma equipe multidisciplinar da qual faziam parte: um treinador de boxe, um preparador físico, um nutricionista, um médico, um psicólogo e uma professora de balé de 76 anos, encarregada de cuidar da elasticidade de seus músculos. Ele seguiu um processo que quando aplicado às empresas chama-se de planejamento estratégico.     O planejamento estratégico, enquanto instrumento de formulação de estratégias empresariais, já tem mais de 30 anos de inventado. Apesar disso e de já ter sido tema de milhares de livros e aperfeiçoamentos técnicos, continua sendo uma excelente ferramenta da gestão empresarial. Embora possa ser bastante incrementado por atividades complementares, tem um eixo básico composto de 3 etapas principais.
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   A avaliação estratégica consiste na enumeração dos principais aspectos facilitadores (oportunidades), e dificultadores (ameaças), encontrados no ambiente externo, bem como na enumeração dos aspectos facilitadores (forças) e dificultadores (fraquezas), encontrados no ambiente interno da empresa, que afetam o cumprimento da sua missão ou o desempenho do seu negócio, hoje e no futuro.
    O exercício de montagem deste quadro de avaliação estratégica é tanto mais produtivo quanto mais envolver os principais responsáveis pelas decisões na empresa. A rigor, ele deve ser feito em reunião específica do colegiado de gestão. Depois que cada integrante preencher individualmente a matriz, deve-se procurar montar a síntese que represente a avaliação do colegiado.
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    Na construção desta síntese não é recomendável que se procure o consenso mas, sim, o registro dos pontos, pela ordem de frequência com que aparecem.
    A prática tem demonstrado que a confecção deste quadro (que deve ter, no máximo, 3 indicações de cada categoria), como resultado de uma construção coletiva, é de grande importância para a empresa na medida em que fornece uma visão compartilhada dos pontos positivos e negativos, internos e externos à organização.
    É justamente essa visão compartilhada que permite a definição das prioridades (o que não pode deixar de ser feito), em bases comuns e, portanto, mais consistentes.
    Embora a avaliação estratégica possa ser feita a qualquer tempo, o recomendável é que seja realizada pelo menos uma vez ao ano para planejamento do exercício seguinte.
    Para as empresas, no ambiente cada vez mais rapidamente mutante dos negócios, é de grande importância, do ponto de vista da gestão eficaz, o estabelecimento de práticas sistemáticas de planejamento estratégico. Para quem já pratica, é sempre possível qualificar mais um pouco, para quem não pratica, é preferível começar com um mínimo do que ficar sem fazer.
    Os dois próximos números de Conjuntura & Tendências dedicar-se-ão às outras duas etapas do eixo básico do planejamento estratégico.
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