O trabalho visto com bomhumor e como fonte de satisfação

 
Nos dois últimos números do Gestão Hoje, foram tratados, respectivamente, os temas do bom humor (a propósito da atitude bem humorada do presidente Lula à frente do governo) e da importância do trabalho como um dos eixos estruturadores da vida humana (a propósito de uma frase do dramaturgo Mário Prata sobre o sucesso) (ver a respeito os números 445 e 446).
Neste número, o tema é uma espécie de, ao mesmo tempo, continuação e articulação dos dois anteriores: o humor (ou a satisfação) no trabalho e sobre o trabalho, a começar por uma frase das mais instigantes da ex-primeira ministra indiana Indira Gandhi citando o seu pai, o também estadista Jawaharlal Nehru:

“Meu pai me disse certa vez que há dois tipos de pessoas: as que fazem o trabalho e as que recebem o crédito por ele. E me disse para tentar ficar no primeiro grupo, onde é menor a concorrência.”

Indira Gandhi, 1917-1984, estadista indiana

Essa bem humorada frase sobre o trabalho e sobre a disposição de enfrentá-lo de verdade lembra, por oposição, a de outro estadista, de quem se dizia não gostar muito de trabalhar, o ex-presidente norte-americano Ronald Reagan, citado pelo economista Paulo Nogueira Batista Júnior:

“É verdade que trabalho duro nunca matou ninguém, mas, penso eu, por que correr o risco?”

Ronald Reagan, ex-presidente dos EUA

Ambas as frases tratam, de forma bem humorada, da mística do trabalho duro e da propensão de alguns para escapar dele.
Outra personalidade importante tratou do assunto, na mesma linha e de modo não convencional, o magnata norte-americano do petróleo Jean Paul Getty:

“Receita de sucesso: levantar bem cedo, trabalhar até tarde e descobrir petróleo.”

Jean Paul Getty, 1892-1976

Todas as três personalidades, sobretudo Reagan e Getty, ao fazerem graça com o trabalho destacam sua importância. Nenhum deles poderia obter o sucesso que tiveram em suas vidas se não tivessem trabalhado bem e, provavelmente, muito. Talvez o que o componente bem humorado de suas frases indique é que se divertiam também com o que faziam como destaca outra personalidade, esta radicada no Brasil, criador do Grupo Abril:

“Meu esporte é o trabalho. O golfe é passatempo.”

Victor Civita, 1907-1990, editor italiano

Talvez esse seja o ponto fundamental da coisa toda, conforme destacado de forma exageradamente retórica por Victor Civita: o trabalho com um componente forte de diversão, como destaca Thomas Edison, considerado o maior inventor de todos os tempos, com destaque para o fonógrafo e a luz elétrica.

“Eu não tive um dia de trabalho em minha vida. Foi tudo diversão.”

Thomas Alva Edison, 1847-1931, inventor dos EUA

Por certo, mesmo com o exagero da frase de Edison, são poucos os que conseguem fazer do seu trabalho, de modo permanente, uma fonte constante de satisfação. Mas não restam dúvidas de que esse deve ser um objetivo a ser continuamente buscado porque se não conseguimos, a alternativa é ficar com a sobrecarga de ter o trabalho apenas como obrigação, o que é ruim.

“Quando o trabalho é prazer, a vida é uma grande alegria. Quando o trabalho é dever, a vida é uma escravidão.”

Maximo Gorki, 1868-1936, escritor russo