Educação brasileira entra em discussão no Pernambuco Desafiado

 
Com o objetivo de debater os rumos da educação no Brasil, bem como o caminho trilhado até aqui, a TGI Consultoria em Gestão e a Revista Algomais promoveram mais um evento do projeto “Pernambuco Desafiado”, que nesta edição contou com palestra do professor e pesquisador, João Batista Oliveira. A discussão que levou os participantes a pensar novas possibilidades de educação aconteceu no auditório do Hotel Mercure, em setembro, e é a capa da revista Algo Mais deste mês.
Com uma abordagem realista sobre os padrões de educação no país, Oliveira avaliou o ensino na rede pública e particular, questionando a qualidade da formação de ambas e as políticas governamentais de inclusão de crianças e jovens nas escolas – que, para ele, nada mais são que formas de inflar o aparelho educacional. Ainda de acordo com o professor, ao invés de expandir o sistema de ensino apenas, gastando mais, é preciso investir na qualidade da formação dos alunos, levando em consideração os avanços nas metodologias de ensino e novas competências para o mercado de trabalho, como criatividade e comunicação.
Outro ponto abordado na palestra foi a carência de material docente nos processos educacionais, seja na quantidade de jovens que se interessam pela carreira pedagógica ou pela má formação que os universitários recebem. Segundo o pesquisador, pais e professores desestimulam os jovens a seguir essa carreira por causa do desprestígio da profissão.
Em contrapartida, quase metade dos graduandos em pedagogia e licenciatura são filhos de pessoas que só estudaram até a quarta série do ensino fundamental, apontou o vice-governador de Pernambuco, Raul Henry, outro convidado do evento.
Segundo ele, esse professor em formação não tem acesso em casa a livros, revistas ou jornais, e trabalha durante o dia para estudar à noite, o que compromete sua formação como docente.
O evento ainda ressaltou a importância da Educação como ferramenta de competitividade e chave para o crescimento econômico do país. Entre as alternativas apontadas como saída para esse impasse, a necessidade de uma pressão social real, comprometida com a qualidade do que é ensinado nas escolas; o envolvimento do setor empresarial, que também é prejudicado com a má formação dos jovens e absorve mão de obra desqualificada; e, sobretudo, paciência, pois o tempo estimado para mudar a realidade educacional de um país e incitar os jovens a se engajarem nessa mudança é de trinta anos.