“Algumas pessoas acham que foco significa dizer sim para a coisa em que você irá se focar. Mas, não é nada disso. Significa dizer não às centenas de outras boas ideias que existem. Você precisa selecionar cuidadosamente”. Steve Jobs, 1955-2011, fundador da Apple.
Cada vez mais a chamada disrupção digital e seus impactos na forma como as pessoas consomem produtos e serviços fazem parte das conversas de empresários, gestores e consumidores de um modo geral. De fato, já é possível observar mudanças contundentes em alguns segmentos, como na forma como compramos uma viagem de turismo, usamos um serviço de transporte ou acessamos conteúdo na TV, por exemplo.
Diversos estudos e pesquisas apontam para uma quantidade expressiva de empresas que não existirão mais no futuro em virtude dos efeitos da disrupção. Essas informações implicam no desafio quase que automático para os empresários, em forma de uma pergunta inquietante: qual a grande mudança disruptiva que está acontecendo ou vai acontecer no meu setor de negócios e como devo me preparar para enfrentá-la?
Tentando responder a essa pergunta, algumas corporações têm se aproximado do ambiente das startups, outras até investem na incubação dessas novas empresas com o objetivo de ampliar as chances das ideias novas surgirem “dentro de casa”. Afinal, os empreendedores precisam estar atentos à competição mais ampliada, não apenas entre os competidores tradicionais do setor. Quem imaginava, por exemplo, que uma empresa como o Google, que começou como um buscador na web, contribuiria para a destruição de uma das maiores fabricantes de celulares do mundo como a Nokia? Ou, ainda, que um fabricante de micros como a Apple mudaria as indústrias da música e da telefonia celular?
A busca para ser uma empresa inovadora e, ainda mais, liderar a disrupção no seu setor é muito exigente e desafiadora, mas não é nova. O esforço incessante para o desenvolvimento da inovação que permita ter ganhos de eficiência e melhores resultados sempre fez parte dos desafios empresariais. A diferença agora é que existem recursos tecnológicos que permitem atingir uma escala exponencial, com custos muito menores e possibilidades de alcance de mercado muito maiores.
Todavia, a própria insegurança do empresário em relação ao futuro de seu negócio, o natural desconhecimento de modelos que ainda não existem, a busca desenfreada pela criação de uma inovação histórica, entre outros, podem contribuir para a perda do foco empresarial. Então, é preciso atenção: a busca do novo não significa abolir as escolhas, precisa sustentar o foco do negócio e estar atrelada à estratégia da organização, ainda que eventualmente ela mude por conta das novas escolhas. Afinal, como muito bem disse Steve Jobs, um dos maiores inovadores disruptivos da história recente, o foco é simplesmente fundamental.
Gestão Mais é uma coluna da TGI na revista Algomais. Leia a publicação completa aqui: www.revistaalgomais.com.br