Gestão para jovens empreendedores


Quem tem a vontade, já tem a metade.” Dão Silveira, empresário paraibano.
Muitos jovens hoje querem empreender, seja um negócio ou uma atividade, de modo individual (como freelancer, por exemplo). Nesse contexto, decerto, irão se deparar com situações desafiadoras e complexas que exigirão conhecimentos para além do que se estuda na faculdade, como administrar conflitos, formar ou fazer parte de uma equipe eficaz, ter foco simultâneo no curto e longo prazos e formular uma estratégia para seu negócio ou carreira.
Por isso, uma boa formação técnica, embora seja um fator de competitividade, não é suficiente para ter êxito empreendedor. Para empreender é essencial ter vontade, mas falta a outra metade, que é o investimento no conhecimento do mercado, no planejamento e na organização do empreendimento. Podemos traduzir a “vontade empreendedora” em quatro pontos:
1. coragem, encarada como reconhecimento e controle sobre os receios e a insegurança, necessário para tomar decisões qualificadas;
2. paixão, afinal, o empreendedor que tem esse investimento emocional no negócio terá mais disposição para cuidar, estudar e dedicar tempo à empreitada;
3. cultura estratégica, traduzida nas capacidades de antecipação (de problemas, oportunidades, consequências de decisões), mobilização (de recursos e de pessoas) e realização (organização e disciplina para execução); e
4. liderança, para desenvolver equipes e fazer a gestão acontecer na organização
Já a “outra metade” que, pode-se dizer, corresponde ao investimento em gestão, compreende também quatro pontos:
1. conhecer o mercado para entender como conseguir quem compre o que gosta e sabe fazer bem;
2. aprender a avaliar como (ou se é possível) responder às exigências do mercado e, a partir daí, definir os diferenciais, pensando “por que é que o cliente vai escolher o meu produto ou serviço?”;
3. planejar a implantação da empresa a partir da construção de um projeto empresarial, de um planejamento estratégico (com foco duplo no médio e curto prazos) e de um orçamento que permita mapear os custos para operacionalização, dando visibilidade às exigências de caixa e à viabilidade da estratégia; e
4. cuidar do dia a dia, trabalhando com profissionalismo e qualidade e monitorando sistematicamente o planejamento, o orçamento e o dia a dia das operações da empresa ou da atividade.
Essa quantidade de pontos de atenção não deve paralisar o empreendedor e sim ajudá-lo a criar melhores condições para o sucesso do empreendimento. Afinal, como escreveu Guimarães Rosa em Grande Sertão: Veredas: “O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.”
O Gestão Mais é uma coluna da TGI na revista Algomais. Leia a publicação completa aqui: www.revistaalgomais.com.br